Assinada ordem de serviço para restauração da Casa da Cultura

reforma Casa da Cultura Sao Jose
Serão investidos mais de R$ 457 mil para recuperar a edificação histórica tombada como patrimônio cultural do Município - Foto: Divulgação/CSC

A prefeita Adeliana Dal Pont assinou (7/8), a ordem de serviço para restaurar a Casa da Cultura Nésia Melo da Silveira, localiza no Centro Histórico de São José. Serão investidos R$ 457.774,93 mil para recuperar a edificação que é tombada como patrimônio cultural do município. A medida dá continuidade ao processo de recuperação dos bens públicos culturais e históricos de São José, a exemplo da última etapa de restauração do Theatro Adolpho Mello, a reforma do telhado do Museu Histórico e do Centro Multiuso.

A presidente do Conselho Municipal de Política Cultural, Giana de Souza, destacou as ações na área da cultura em São José e resgatou a importância arquitetônica da edificação. “A Casa da Cultura é antiga Casa de Câmara e Cadeia, sendo um modelo padrão do Conselho Ultramarino de Portugal de 1642, que poucas cidades no país possuem. Em Santa Catarina, além de São José, apenas as cidades de Florianópolis, São Francisco do Sul e Laguna possuem este mesmo padrão. Assim, recuperar a edificação e também este lugar significativo que é o Centro Histórico, é muito importante para a nossa cultura e para todos nós”, apontou Giana.

A Casa da Cultura de São José

No século XIX, a Casa da Cultura abrigou a antiga Casa de Câmara e Cadeia. A primeira grande reforma do prédio ocorreu em 1910, quando passou por intervenções, como a construção de escada lateral externa, a instalação de água encanada e as primeiras lamparinas a gás do projeto de iluminação pública. Em 1949, a cadeia que ocupou o andar térreo por quase um século foi desativada, sendo as salas adaptadas para uso de cartórios.

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Em 2001, foi constituída a Casa da Cultura Municipal para oferecer à população oficinas de arte e servir de base para projetos nesta área, transformando a instituição em um local de preservação das tradições folclóricas e da valorização das manifestações artísticas da cidade.

A Casa da Cultura recebeu o nome da senhora Nésia Melo da Silveira, oleira de São José. Falecida em 1994, dona Nésia trabalhou 48 anos na fabricação dos tradicionais bonecos e cerâmicas. Trabalhando desde seis anos de idade com seus pais na olaria que a família mantinha na Ponta de Baixo, foi a introdutora do boi-de-mamão, pau de fita, orquestra de sapos e presépios de Natal em argila na região.

Atualmente, a Casa da Cultura mantém exposições permanentes da Iconografia de São José, do Boi de Mamão e seus personagens. O espaço está distribuído em sete salas que receberam nomes de pessoas ligadas à cultura de São José. Em mais de 150 anos, o sobrado preserva as linhas arquitetônicas originais, sóbrias e simétricas. Destacam-se no segundo piso as  quatro portas, com sacadas de púlpito, guarnecidas por gradis decorados. No pavimento térreo, janelas de guilhotina, com caixilhos típicos. Numa delas, na lateral do sobrado, ainda é visível o enquadramento original em cantaria. As pilastras salientes, com socos robustos nas esquinas, os degraus de convite, à frente da porta central, e a grossa cimalha, em toda a volta do edifício, são características expressivas da arquitetura luso-brasileira.

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