Não há definição de Palhoça sobre a rede de transporte coletivo integrada

    Após audiência pública de segunda projeto poderia ter sido votado na terça (26), mas maioria dos vereadores não vê benefícios

    plenário da câmara de palhoça com vereadores nas bancadas e público ao fundo atrás do vidro
    Para a maioria dos vereadores de Palhoça o projeto da rede integrada de transporte coletivo não traz benefícios aos usuários da cidade - CMP/Divulgação/CSC

    Os vereadores de Palhoça não se decidiram sobre a rede integrada de transporte coletivo da Grande Florianópolis. Na sessão desta terça (26/11), o projeto poderia ser votado, porém não ocorreu. Além de Palhoça falta São José também aderir. Na segunda (25) o assunto foi tema de audiência pública com representantes do governo estadual, do Observatório de Mobilidade da UFSC e, em peso, funcionários da empresa Jotur.

    Para a maioria dos vereadores de Palhoça o projeto não traz benefícios aos usuários da cidade. Os parlamentares reiteram que só daria certo se o município de Florianópolis – destino de 80% dos passageiros palhocenses usuários do transporte coletivo – também entrasse no sistema de integração. A capital tem contrato com o Consórcio Fênix de 20 anos (até 2034), o que na visão de muitos impede o cumprimento de metas e o controle por parte da Suderf (Superintendência de Desenvolvimento da Região Metroplitana de Florianópolis), órgão do governo estadual que irá comandar todo o sistema.

    A audiência pública

    Werner Kraus, representante do Observatório de Mobilidade Urbana da UFSC, apresentou três pontos essenciais da proposta. A primeira é reforçar serviços locais e municipais, com deslocamentos mais curtos e tarifas mais baixas; a segunda é facilitar as conexões entre as centralidades, como o Centro de Palhoça, os bairros de São José Kobrasol, Campinas e Barreiros também o Centro de Biguaçu; a terceira é melhorar atendimento da rede, com mais abrangência territorial e melhorar a oferta de horários.

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    O professor reforçou ainda que a aprovação do projeto determina apenas o início das negociações para a criação do novo sistema, mas ainda podem haver modificações. “O importante aqui do ponto de vista político é a gestão associada. É preciso deixar muito claro que o que se concebe como região metropolitana é uma oportunidade de todos os municípios sentarem à mesma mesa de maneira formalizada para decidir conjuntamente o futuro da região”, explicou o professor Kraus.

    De modo geral, para os vereadores sem faixa exclusiva para os ônibus, a conclusão do contorno viário e a melhoria da velocidade do transporte, a integração não é útil para o cidadão. A proposta de criar terminais de transbordo em locais que os vereadores não consideram estratégicos, como o bairro Forquilhinhas (São José) e Jardim Eldorado (Palhoça), também foi criticada. O principal receio dos vereadores é aprovar um projeto que, mais tarde, não represente os interesses do povo palhocense.7

    A Suderf considera que os vereadores de Palhoça ainda não entenderam a proposta. De acordo com representantes do órgão, o transporte coletivo terá uma gestão compartilhada entre Governo do Estado e prefeituras e Palhoça terá o mesmo direito de voto dentro do comitê que irá avaliar e validar o sistema integrado.

    Trabalhadores da Jotur são contra

    Em peso na audiência, os funcionários da Jotur temem a proposta, que consideram um possível corte de empregos no futuro, especialmente os cobradores. O representante do Sindicato dos Trabalhadores no Transporte Urbano de Passageiros da Região Metropolitana de Florianópolis (Sintraturb), Deonísio Linder, elogiou a iniciativa da Câmara de Palhoça de promover o debate e criticou a proposta do governo. Ele acredita que a verdadeira mudança no sistema só ocorrerá a partir da criação de soluções para a mobilidade. “Eles falaram que primeiro tinha que construir os terminais para depois ver a mobilidade urbana. Eu falei: tem que ser o contrário”, argumentou Linder ao relatar conversas anteriores com os responsáveis pelo projeto do governo.

    Na conclusão geral dos vereadores de Palhoça, a rede integrada de transporte coletivo não diminuirá o tempo de viagem entre a cidade e a capital, não permitirá a integração no Tice, o que significa que o usuário continuará tendo que pagar mais uma passagem, e que o ponto mais positivo é a renovação da frota dos ônibus com veículos modernos.

    A proposta final ainda passará por consulta pública em Palhoça. A Suderf avalia quais os impactos caso o município não entre integre o sistema.

    Em São José, onde o projeto também passa pela análise da câmara, haverá audiência pública na próxima semana sobre o tema.

    + Não haverá faixa exclusiva para ônibus e caminhões na Via Expressa

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