Fingem que jogam e fingem que pagam

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Avaí e Goiás ficaram no 0 a 0 na Ressacada - Foto: Frederico Tadeu/Avaí F.C./Divulgação

O futebol catarinense, mais especificamente o da capital, está passando por momentos de obscuridade. Tanto Avaí, quanto o Figueirense estão convivendo com uma crise financeira muito grande e isso acaba interferindo no desempenho dos jogadores. E isso não é somente uma exclusividade daqui. Três grandes clubes do futebol carioca, nesse momento, também atravessam por uma situação difícil. O futebol mudou. Alguns clubes se tornaram empresas, alguns organizados e lucrativos. O que não é o nosso caso. Mas, parafraseando o meu bom amigo Vampeta: em solo barriga verde uns fingem que jogam e outros fingem que pagam. Tanto do lado de lá, como do lado de cá.

Mais uma vez, não foi

O Avaí deixou escapar a chance da sua primeira vitória neste Brasileirão enfrentando o Goiás, um adversário direto com as mesmas pretensões, diante do seu torcedor. Num jogo fraco tecnicamente, o Leão não saiu do 0 a 0, ofereceu pouco perigo e se mostrou previsível e carente de um jogador que pudesse mudar o curso da partida. Até aqui, esse time azurra ainda não apresentou aquele futebol que o seu fiel torcedor tanto aguarda. O empate sem gols foi muito mal, e ainda demonstrou que este time de Alberto Valentin não se distancia da época de Geninho. Em noite de estreia da nova luminosidade da Ressacada, o desempenho do time foi desalumiado. Se continuar assim, o Avaí é um sério candidato ao rebaixamento, mais uma vez. O Leão está vivendo um jejum sem fim, são onze jogos não vencidos.

O sábio chinês

A imprensa esportiva brasileira está de luto e entristecida com a passagem de Juarez Soares, um jornalista brilhante e, como comentarista esportivo, irá deixar uma grande lacuna neste já tão enfraquecido segmento do nosso futebol. Conheci o Sábio Chinês, como era conhecido entre os amigos, num desses programas esportivos de fim de semana em São Paulo e me apaixonei pela sua forma de simplicidade em tratar o próximo. Com passagens pela Rede Globo, Record, Rede Bandeirantes, Rede TV e outras empresas de comunicação, o nosso China era fino no tratamento com quem o procurava.

De saco cheio
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Tenho conversado com vários torcedores alvinegros por onde passo e o sentimento de todos é um só quando o assunto foi o desabafo do treinador Hemerson Maria, mandando um recado direto a diretoria alvinegra, que mais parece estar nem aí para o seríssimo problema de atraso nos salários. O desabafo de um profissional, que recusou uma boa proposta do futebol árabe para fazer um bom “pé de meia” em sua vida, foi autêntico e comovente. Hemerson citou fatos que muitos de nós desconhecem, e alegou que os mais importantes no clube neste momento são os torcedores, que não abandonam o time, e jogadores e funcionários, que trabalham sem pagamentos. O homem demonstrou estar de saco cheio com tudo isso.

Estão muito ruins

Até aqui o Avaí é um grande colecionador de péssimos resultados neste Brasileirão. Nem mesmo dentro de casa, diante do seu devotado torcedor, o time conquista uma vitória. O Leão está ficando cada vez mais distante da zona de permanência na elite do futebol brasileiro, e se mantendo na maldita zona. E o que é pior, com a lanterna nas mãos. A situação do clube não está para brincadeiras, o time vem mal e a direção precisa tomar providências. É preciso acrescentar algo mais nesse time. O fato é que as coisas estão muito ruins e é preciso mudar antes que seja tarde.

Mal conduzido

Assistindo ao jogo pela primeira partida das oitavas de final da Copa Libertadores entre Godoy Cruz e Palmeiras, deu pra observar como o futebol tupiniquim anda mal das pernas dentro e fora de campo. Nossos treinadores, que ainda se acham superiores, cercearam as características de nossos jogadores, acabando com aquele futebol mágico que era admirado por todo o mundo. O empate em 2 a 2, mesmo sendo no interior da Argentina, diante de um time que por aqui não passaria da série C, demonstra que atualmente nenhum time brasileiro tem condições de brigar de igual pra igual com os grandes clubes mundiais. A coisa tá feia, a coisa tá preta. A nossa sorte nesta rodada ficou por conta da incapacidade dos argentinos nas cobranças de penalidades contra Palmeiras e Cruzeiro.

Time desanimado

A fria noite da terça-feira (23/7) não foi positiva para o futebol catarinense. Principalmente por aqui, na Grande Florianópolis, onde o Figueirense conseguiu sofrer a sua primeira derrota nesta segundona brasileira. Depois de idas e vindas, a derrota de 1 a 0 para o Paraná me pareceu a de um time que entrou em campo de acordo com o clima da noite, apesar de ter sido o mandante do jogo na maior parte do tempo. Os comandados de Hemerson Maria pareciam querer cozinhar o galo a qualquer momento, mas encontraram uma gralha azul bem organizada e aproveitando as falhas das laterais alvinegra. Depois de tomar o gol, o Figueirense pareceu um time desanimado, sem vontade de beliscar.

Drops da arquibancada
  • Já de contrato assinado, o catarinense de Jaraguá do Sul e cria do Figueirense, o lateral Filipe Luis aceitou a proposta do clube rubro-negro e irá defender o Flamengo até dezembro de 2021. O novo reforço do clube da Gávea é torcedor rubro-negro desde criança.
  • O novo sistema de iluminação da Ressacada deixou muito a desejar aos seus torcedores. Por outro lado, os alvinegros não estão poupando as gozações nas redes sociais.
  • O apagão sofrido pelo time da Chapecoense na segunda-feira (22/7) dentro do Morumbi ligou o sinal de alerta na Arena Condá. Um bambi saltitante confidenciou-me que Ney Franco seria demitido, o que de fato ocorreu nesta quarta. A Chape foi um time desligado e com muitas desculpas.
  • Tenho encontrado alguns jogadores de categorias de base do futebol brasileiro perambulando por nossa cidade. Já me questionaram se sei de alguma coisa. Sinceramente nem imagino o que esses meninos estão fazendo por aqui, já que nada recebi de quem quer que seja.
Pensamento do Bambi

Pelo tanto de cerveja que já bebi na vida, tenho experiência de sobra para ser embaixador na Alemanha, Bélgica ou Holanda.

Cartão rosa/vermelho

Cartão rosa para o bom trabalho que vem fazendo este time do Brusque a nível brasileiro, que mesmo enfrentando apertos de dinheiro, superou todas as dificuldades e conquistou uma das vagas na série C. O time da terra dos marrecos goleou o Juazeirense da Bahia por 4 a 0 e carimbou o passaporte para a terceirona brasileira de 2020. A coluna parabeniza a diretoria, jogadores, comissão técnica e torcedores.

Cartão vermelho para estes assassinos dissimulados, que mesmo sabendo que é proibido o uso de linha de pipa com cerol, ficam colocando a vida de inocentes, muitas vezes trabalhadores, brincando com suas pipas nas proximidades de nossas rodovias. O crime que ceifou a vida prematuramente da jovem Josiane Marques, de 34 anos, na Via Expressa, é de uma irresponsabilidade sem tamanho de alguém que deve pagar pelo que fez. Essa brincadeira “inocente” de crianças e muitos adultos tem que acabar.

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