A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (18/6) a Operação “Chabu”, com objetivo de desarticular organização que violava sigilo de operações policiais no Estado de Santa Catarina. A PF cumpriu sete mandados de prisão temporária, incluindo o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (sem partido).
Segundo a polícia, após análises dos materiais apreendidos durante a Operação Eclipse, deflagrada em agosto de 2018, foi apurado que a organização criminosa construiu uma rede composta por um núcleo político, empresários, e servidores da Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal lotados em órgão de inteligência e investigação, com o objetivo de embaraçar investigações policiais em curso e proteger o núcleo político em troca de benesses financeiras e políticas.
“Durante as investigações foram apuradas várias práticas ilícitas, dentre as quais destacam-se o vazamento sistemático de informações a respeito de operações policiais a serem deflagradas até o contrabando de equipamentos de contra inteligência para montar “salas seguras” a prova de monitoramento em órgãos públicos e empresas”, diz informe do órgão.
A Polícia Federal afirma que os elementos probatórios obtidos durante as investigações apontam a prática de crimes de associação criminosa, corrupção passiva, violação de sigilo funcional, tráfico de influência, corrupção ativa, além da tentativa de interferir em investigação penal que envolva organização criminosa.
Também foram presos um delegado da própria Polícia Federal, Fernando Caieron, e um ex-secretário de Casa Civil da capital, Luciano Veloso Lima. Os nomes foram confirmados à tarde pelo TRF-4.
Além das prisões, foram cumpridos 23 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo TRF 4 em Porto Alegre (RS).
Posicionamento da Prefeitura de Florianópolis
Em nota, o chefe de gabinete do prefeito, Bruno de Oliveira, deu um contraponto à prisão: “Informações que temos é de que trata-se de uma operação que investiga policiais. Informações preliminares dão conta de que não há nenhum ato ou desvio de recursos públicos relacionados a prefeitura e de que a suposta relação entre o Prefeito Gean Loureiro e os envolvidos não teria nenhuma ligação com eventuais atos. Prefeito já concordou em prestar todas as informações necessárias, aguardando agora para prestar depoimento na Polícia Federal”.
