Figueira da Praça XV é “importada”

Figueira da Praça XV
Figueira da Praça XV - Foto: Lucas Cervenka/CSC

Pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) desvendaram o mistério por trás da centenária figueira da Praça XV de Novembro, no coração de Florianópolis. Após meses de estudo no Laboratório de Fisiologia do Desenvolvimento e Genética Vegetal do Centro de Ciências Agrárias (CCA), a equipe liderada pelo professor Valdir Stefenon concluiu que a árvore não é nativa do Brasil, mas sim da região tropical da Ásia e Austrália.

O processo envolveu o sequenciamento do DNA das folhas saudáveis da figueira, revelando sua identidade genética como pertencente à espécie Ficus microcarpa. Este avanço não apenas resolveu o enigma da origem e espécie da árvore, mas também lançou luz sobre sua importância histórica como um dos principais marcos da capital catarinense, inclusive mencionada no hino municipal.

Além disso, o estudo destacou a relevância do conhecimento científico na preservação da história e cultura locais. A comparação das sequências genômicas com o banco de dados global GenBank ressalta a interconexão entre a ciência e a identificação da diversidade biológica do planeta.

Professor Valdir Stefenon
Para professor Valdir, a pesquisa revela uma importante face da ciência: a sua ligação com a história e a cultura. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
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“Utilizando uma tecnologia moderna, o DNA é sequenciado e cada uma das milhares de bases que o compõem são identificadas em fragmentos de tamanho variados. Esses fragmentos são, então, ordenados, como se estivéssemos montando um quebra-cabeças. Nesta etapa, o genoma nuclear, o genoma do cloroplasto e o genoma das mitocôndrias são separados em análises de bioinformática”, explica o docente.

O professor ressalta também que essa pesquisa não só resgata a história da cidade, mas também demonstra como a ciência produzida na universidade pode atender às demandas da sociedade, com o apoio necessário das instituições governamentais e da sociedade civil.

Árvore já foi replantada

A árvore símbolo da capital fora anteriormente fixada em um pequeno jardim, situado à frente da Igreja Matriz – hoje Catedral Metropolitana –, por volta de 1870. A única certeza que existe, porém, é quanto à data da sua transferência para a praça. Assim revela uma placa comemorativa instalada no local, em comemoração aos 250 anos do município: “Foi numa manhã de verão, cheia de sol e vida, do mês de fevereiro do ano de 1891, que a jovem figueira, contando, talvez, seus vinte anos, foi retirada do jardim da Matriz e aqui carinhosamente replantada”.

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FONTEUFSC
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