Após duas mortes, comunidade da Chico Mendes faz novos protestos

Moradores são contra repressão policial, pedem paz e querem mais políticas públicas; local é foco de facção

Moradores da Chico Mendes protestam
Moradores da Chico Mendes protestam nesta terça (12) contra mortes - Fotos: @Revolucaodosbaldinhos/Reprodução

A comunidade Chico Mendes, favela localizada no bairro Monte Cristo, em Florianópolis, divisa com São José, está em manifestação novamente nesta terça-feira (12/3) após um fim de semana com conflitos e duas mortes. Segundo moradores, o pedido principal é por paz com as forças policiais e por melhores políticas públicas no local – “há muitas realidades dentro da Chico Mendes”, afirmam.

Os protestos iniciaram no sábado (9) por causa de uma morte em ação policial. Na quinta-feira (7) uma investigação da Polícia Civil na comunidade contra uma quadrilha de assaltantes resultou em um homem baleado após tentar fugir quando avistou os agentes. O homem não foi oficialmente identificado. Extra-oficialmente policiais afirmam que era alguém com passagens policiais. Já parte da comunidade contesta a ação, dizendo que ele foi pego desarmado.

No sábado a comunidade então procedeu com a colocação e queima de barricadas no entorno da Chico Mendes, afetando diversas ruas, como na divisa com São José, na passagem por baixo da Via Expressa (Av. Josué di Bernardi). A Polícia Militar interveio para liberar as ruas e, durante a presença policial, um homem armado foi morto ao esboçar reação.

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Nessa terça os protestos reiniciaram. Ao longo do dia novas barricadas com fogo foram colocadas em diversas ruas do entorno. Algumas foram retiradas pelos próprios moradores, outras pelos bombeiros. Uma manifestação maior, em forma de passeata, foi marcada para às 15h30. O pedido é para cessar repressão policial; o local, no entanto, é também foco de facção criminosa. Os manifestantes irão caminhar da Rua Joaquim Nabuco até o viaduto da Chico Mendes na Via Expressa.

Nesse local da divisa de municípios, pejorativamente chamado de “Faixa de Gaza” por alguns, a prefeitura de São José realizou retirada de materiais inflamáveis durante o dia, também no lado de Florianópolis, pois a Comcap está em greve e não pode realizar o apoio.

A Polícia Militar emitiu comunicado à imprensa solicitando que os profissionais não se aproximem da manifestação, pois os manifestantes “estão aumentando os seus atos” para ganhar maior visibilidade, mas que essa cobertura pode trazer risco aos repórteres e cinegrafistas presentes.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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