Falhas em elevadores da Jotur prejudicam cadeirantes em Palhoça

Empresa afirma que contratou profissional para consertar equipamentos

Falhas em elevadores da Jotur prejudicam cadeirantes em Palhoça
Com falha em elevador, cadeirante precisou ser mais uma vez carregado para dentro do ônibus - Imagens: Aléx Müller/Reprodução/CSC

Moradores cadeirantes de Palhoça enfrentam desafios desnecessários, mais do que já têm, para ter mobilidade urbana, devido às falhas frequentes nos elevadores adaptados dos ônibus da Jotur. É o que relata Aléx Müller, residente na Barra do Aririu e cadeirante, sobre as dificuldades enfrentadas por ele e seu pai, também cadeirante, para cumprir agendas, principalmente de fisioterapia, porque muitas vezes ficam sem o transporte devido às plataformas inoperantes.

“Eu e meu pai e muitos cadeirantes temos que agendar horário e sempre ficamos na mão porque ou esquecem, ou está quebrado”, relatou Aléx ao Correio SC. “Às vezes precisamos andar no corredor”, quando o aparelho não funciona ou veículo que deveria ter a instalação não foi enviado no horário certo.

A recorrência dos elevadores quebrados fez com que Aléx fizessse um pequeno protesto sozinho na manhã dessa quinta-feira (7/3) na Barra, ao acompanhar novamente seu pai tentando entrar em um veículo, mas sem que ele pudesse subir por causa de falha.

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Ele filmou a situação, viu seu pai entrar carregado pelo motorista e passageiros para poder fazer a viagem à consuilta médica, e relata que são muito mais casos: “Tem muito mais descaso, porém nem sempre é possível algo além do relato, porque como alguns têm dependência, nem sempre é possível fotos ou vídeos”.

Na terça (5), segundo ele, houve uma situação em que uma mãe se viu obrigada a carregar seu filho no ônibus, carecendo de um encosto adequado para a cadeira de rodas. “Tiveram que ficar segurando a cadeira da Enseada até o Centro da Palhoça e ainda com ajuda de outra passageira ou a criança que depende de atendimento na APAE não teria estabilidade durante a viagem”.

O cadeirante menciona a mobilização para criar uma associação de cadeirantes da Jotur, evidenciando a necessidade de unir forças para buscar soluções mais efetivas diante do aparente descaso.

Jotur contratou técnico

Em nota ao Correio, a Jotur afirma os equipamentos sofreram danos com as chuvas, mas que contratou um profissional para consertá-los:

A Jotur informa que contratou um profissional exclusivamente para realizar a manutenção de elevadores, que sofreram um desgaste muito grande no período de chuva intensa e perene que castigou Palhoça a partir de outubro do ano passado. Como são equipamentos com engrenagens localizadas em área externa do veículo, ficam sujeitos à ação da água, da areia, do salitre, entre outros elementos que podem vir a desgastar o equipamento.”.

A empresa ressalta que conta com um serviço diferenciado, com veículos adaptados para cadeirantes e que os carros com o equipamento podem ser solicitados pelo usuário pelo telefone 3279-3200 ou pelo WhatsApp 99824-0910, com no mínimo duas horas de antecedência.

Segundo Aléx, porém, nem sempre o serviço funciona: “Até 2023 funcionou, mas ultimamente já dizem que quem quer algum veículo adaptado até às 13h é preciso pedir de madrugada antes que todos saiam da garagem, um verdadeiro descaso, principalmente contando que a garagem fica a 10 minutos do início das linhas municipais e poderiam substituir um veículo que estão em circulação ali nesse ponto inicial”.

A reportagem também questionou se, diante do termo de ajuste de conduta (TAC) assinado em 2023 com o MPSC para que a Jotur mantenha a operação das linhas, problemas como esse dos elevadores para cadeirantes não deveria estar resolvidos. Segundo a empresa, o compromisso com a manutenção dos elevadores não foi motivado pelo TAC – “É uma iniciativa da empresa, cumprindo com seu compromisso com o usuário. A empresa reforça que, mesmo que fosse uma determinação do TAC, manteria a posição de realizar trabalho preventivo em toda a frota, não apenas nos veículos das linhas municipais urbanas.”

Questionamentos feitos ao MPSC sobre a operação da Jotur em Palhoça não foram respondidos a tempo para a publicação desta matéria.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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