População mais velha ou mão de obra mais experiente

Roberto Vilela, consultor empresarial e estrategista de negócios. Foto: Daniel-Zimmermann / Divulgação

Os dados do último Censo Demográfico, divulgados recentemente pelo IBGE, demonstraram que a população brasileira está ficando mais velha. O número de jovens vem encolhendo com o passar dos anos e o de idosos ganhando mais espaço (atualmente, eles representam 10,9% da população). Isso reflete no mercado de trabalho, que já há algum tempo percebe a necessidade e importância de se adequar e ser mais receptivo para quem está perto ou já passou da idade de se aposentar.

Estamos avançando. Mas, é verdade, também, que algumas empresas ainda torcem o nariz para a contratação de pessoas que já passaram dos 40 ou ainda que já estão na terceira idade, baseadas, muitas vezes, na retórica do avanço tecnológico. Nesse caso, é preciso desconstruir a ideia de que a idade é um obstáculo à aprendizagem e à adaptação às novas tecnologias. A capacidade de aprendizado não é exclusiva dos mais jovens, e muitos profissionais experientes demonstram grande habilidade em assimilar e aplicar novos conhecimentos.

O que posso afirmar, pela minha vivência, é que, no que se refere à gestão de negócios e vendas, a experiência pode agregar muito, principalmente como multiplicadora de conhecimento. A interação entre gerações no ambiente de trabalho pode ser enriquecedora para todas as partes e a troca de experiências e conhecimentos entre colaboradores de diferentes faixas etárias contribui para um ambiente mais colaborativo e inovador. A diversidade de perspectivas fortalece a tomada de decisões e impulsiona o crescimento sustentável da empresa.

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No cenário atual e diante do futuro que se desenha, as empresas precisam buscar meios de integrar e qualificar essas pessoas que outrora já estariam fora do mercado. A idade não pode mais ser um fator determinante para a manutenção ou a contratação de um profissional, mas, sim, a sua capacidade e vontade de somar à empresa.

Portanto, ao invés de focar exclusivamente na idade, as empresas devem reconhecer e valorizar as habilidades, competências e o potencial de contribuição de cada profissional, independentemente da fase da carreira em que se encontram. Essa abordagem não apenas reflete a realidade demográfica do país, mas também fortalece a sustentabilidade e a inovação nas organizações.

No entanto, é importante destacar que os profissionais também precisam buscar por si só estar atualizados quanto às mudanças que o mercado impõe. Um profissional que consegue aliar experiência e atualização certamente estará sempre à frente. A combinação entre a sólida bagagem de experiência e a proatividade na busca por novos conhecimentos posiciona esses profissionais como ativos valiosos em um mercado de trabalho cada vez mais dinâmico e competitivo.

* Roberto Vilela é mentor e estrategista de negócios, com atuação nas áreas comercial e de gestão. É autor dos livros Em Busca do Ritmo Perfeito, em que traça um paralelo entre as lições do universo das corridas para a rotina de trabalho, e Caçador de Negócios, com dicas para performances de excelência profissional. 

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