O diretor-geral da ANTT, Rafael Vitale Rodrigues, afirmou em audiência pública no Senado na tarde desta terça-feira (8/8) que o Contorno Viário da Grande Florianópolis não deve ser entregue totalmente pronto em dezembro.
“Ainda tenho na minha agenda que vou lá para Florianópolis dia 20 de dezembro liberar tráfego, ainda que de maneira parcial no contorno”, falou o chefe da agência, ao que foi questionado pelo senador Esperidião Amin sobre o que significa ‘liberação parcial’:
“(…) o que a gente consegue projetar é que o dispositivo Norte, de intersecção com a 101, praticamente uns 45km de estrutura viária, até a intersecção com a 282 depois a 282 voltando pra 101 isso poderia ser liberado para o tráfego agora em dezembro”.
Amin questionou de novo: “a sua ideia seria uma liberação desde o trecho Norte, no Rio Inferninho, até o Alto Aririú?”. “Isso”, respondeu o diretor. “Posso te fazer um pedido? Vá lá pra dar uma empurradinha”, finalizou o senador.
Confira o trecho da audiência
Esse trecho Sul, o mais atrasado da obra, era até então de responsabilidade da empreiteira Azevedo & Travassos Infraestrutura, subcontratada da Arteris para a execução do contorno. Nesse ano, porém, os operários dessa empresa enfrentaram dificuldades com as condições de trabalho e, mais recentemente, falta de pagamento de salários, o que motivou a quebra unilateral de contrato da concessionária com a empreiteira – situação similar que ocorreu com outras empreiteiras ao longo da obra.
Nessa segunda (7) o Tribunal Regional do Trabalho determinou que a empreiteira deve pagar cerca de R$ 6 milhões em rescisão para cerca de 360 trabalhadores. O trecho está paralisado e não tem data para término, confirmada agora por Rodrigues.
O diretor da ANTT, por sua vez, disse que, pelo fato de a obra estar com mais de 80% de avanço físico, será possível liberar o trecho norte (rio Inferninho até o Alto Aririú) – onde tem o ponto de encontro com a BR-282. Contudo, ressaltou que o “atraso mais relevante da obra está na parte sul”.
A obra do contorno viário já consumiu cerca de R$ 3,7 bilhões, pagos através de cinco praças de pedágio desde 2008.