Em meio a uma crise envolvendo a empreiteira Azevedo & Travassos Infraestrutura, contratada pela Arteris para executar parte da obra do Contorno Viário da Grande Florianópolis, operários estão sendo demitidos nessa semana. A terceirizada responde por aproximadamente um terço dos trabalhadores da “maior obra de infraestrutura do país” atualmente.
As demissões, por ora, são sem justificativa clara e empreiteira não se pronunciou a respeito. A desmobilização coloca em xeque o prazo atual de conclusão do desvio rodoviário da região metropolitana da capital, atualmente em dezembro de 2023.
Nos últimos meses ocorreram protestos por parte desses trabalhadores, reivindicando maior frequência para viagens de visita às famílias – muitos são oriundos do Nordeste do país e têm pouco tempo para encontrar com os seus – e refeições adequadas, já que comida de baixa qualidade era fornecida na obra.
Na semana passada, porém, a situação escalou e os funcionários deixaram de ser pagos. Sem salários, começaram a promover bloqueios no entroncamento da obra do Contorno com a BR-282, em Palhoça, para chamar a atenção para o problema, sob responsabilidade geral da multinacional Arteris. As demissões inclusive podem ser de apenas alguns operários, de modo a fazer cessar os protestos.
A concessionária da BR-101 no Norte de Santa Catarina afirma que é pega de surpresa por esses protestos e que não sabe de desmobilização da empreiteira Azevedo & Travassos.
Em nota, a gigante rodoviária afirma: “A Arteris Litoral Sul esclarece que, apesar de não ter sido informada sobre qualquer desmobilização pela construtora, está tomando as medidas cabíveis e necessárias para cumprir o contrato de concessão, quanto às obras do Contorno de Florianópolis. O objeto do contrato em questão abrange 9,6km de pistas duplas e interseção do Contorno Viário com a BR-101 Sul e com a BR-282, cujas obras serão retomadas. Nos outros 40km da futura rodovia, as obras e instalações seguem normalmente, incluindo as dos quatro túneis duplos e a intersecção norte com a BR-101/SC”.
Já a A&T foi solicitada a dar esclarecimentos, porém não o fez.
Durante os últimos anos ocorreram distratos na obra do Contorno da Grande Florianópolis, e a Arteris/ALS, substituindo as empreiteiras, tem reafirmado que conseguirá cumprir o prazo de cinco meses para entrega da nova rodovia.
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