Servidores da capital deflagram greve contra proposta de terceirização na saúde

Prefeitura pretende passar gestão das UPAS Norte e Sul para empresas e Sintrasem se opõe

Servidores de Florianópolis são contrários à terceirização
Servidores de Florianópolis são contrários à terceirização dos serviços de emergência em Saúde - Foto: Sintrasem/Divulgação/CSC

Servidores da Prefeitura de Florianópolis deflagraram greve nesta terça-feira (30/5), em uma decisão tomada durante uma assembleia que contou com cerca de 5 mil trabalhadores municipais. A greve tem como objetivo protestar contra a proposta da administração em terceirizar serviços, uma medida que tem gerado polêmica e divergências entre o sindicato dos trabalhadores (Sintrasem) e a Prefeitura.

De acordo com a Prefeitura, a proposta oferece um reajuste de 6% nos salários e no vale-alimentação, além de uma gratificação de R$ 300 para auxiliares de sala. Com o reajuste, os auxiliares de sala teriam um aumento de 17% no salário. Durante as negociações, as conversas chegaram a um impasse quando o sindicato se recusou a continuar discutindo as cláusulas caso o município não mantivesse a gestão atual das Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) Norte e Sul – essa última que será transferida pro aeroporto.

Para a Prefeitura, a mudança nas UPAs é uma necessidade urgente, visando a melhoria e a expansão do atendimento, além da busca por economia nos cofres públicos. O executivo municipal enfatizou que nenhum servidor será afetado com as mudanças propostas.

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Por outro lado, o Sintrasem argumenta que a prefeitura precisa investir mais no serviço público e valorizar os servidores. O sindicato afirma que a entrega das UPAs Norte e Sul, do Hospital Dia e do novo Centro de Atenção Psicossocial (CAPS) para Organizações Sociais (OS) é apenas o início de um processo de terceirização que afetará também a Educação Especial, a Diretoria de Bem-Estar Animal (Dibea) e outros setores. O sindicato também critica a falta de aumento nos investimentos para todas as áreas do serviço público de Florianópolis, mesmo com uma previsão de arrecadação de R$ 3,75 bilhões para 2023.

A deflagração de greve por tempo indeterminado ocorre a partir das 0h desta quarta-feira (31/5).

A Prefeitura declarou “profunda preocupação com a situação dos serviços na área da saúde, já que os hospitais estaduais estão superlotados na cidade”. Segundo a administração municipal, em caso de não atendimento na atenção primária (Centros de Saúde e UPAs), a tendência é maior pressão nas emergências estaduais, que já estão lotadas. A UPA Continente não sofrerá interrupções por ser terceirizada.

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