Pediatra alerta para exposição excessiva de jovens às telas

    Uso de celular em excesso está prejudicando o desenvolvimento de crianças e adolescentes, alerta médica

    Parte indispensável da rotina adulta nos dias atuais, os celulares vêm ganhando usuários cada vez mais jovens. E a incorporação dos aparelhos à vida de crianças e adolescentes traz riscos, para os quais pais e responsáveis devem estar atentos. Esse é o alerta da médica pediatra Tatiana Lemos, que falou sobre a chamada “intoxicação digital” durante participação no podcast “Sua Saúde”, produção do Conselho Regional de Medicina (CRM-SC).

    Segundo a pediatra, a utilização precoce e em excesso do aparelho celular está prejudicando o desenvolvimento de crianças e adolescentes, e pode causar desde problemas de interação social até dificuldades motoras e atraso na linguagem. A médica foi recebida no podcast pelo presidente do CRM-SC, Eduardo Porto Ribeiro.

    Médica Tatiana Lemos
    Tatiana Lemos falou sobre “intoxicação digital” e os desafios para diminuir o tempo de tela durante edição do podcast “Sua Saúde”, – Foto: CRM-SC

    “Esse é um tema novo para muita gente, mas cujos sinais temos percebido na prática médica. Como crianças e adolescentes estão em formação, eles são afetados de forma mais intensa”, comentou.De acordo com Tatiana Lemos, o principal efeito negativo do uso excessivo do celular diz respeito à dificuldade de criar conexões reais e laços afetivos. A médica também citou problemas relacionados à visão, audição e até mesmo ao desenvolvimento motor.

    Publicidade

    “O conjunto de efeitos negativos dessa exposição em excesso são chamados de intoxicação digital”, diz. Ainda conforme a médica, o desafio dos pais e responsáveis é conseguir fazer com que as crianças e adolescentes utilizem o celular de forma equilibrada. Em casos onde há uso em excesso e prejuízos na rotina, ela recomenda a busca por profissionais para tratamento especializado.

    Durante a conversa, ela também destacou a necessidade de buscar o diálogo e a retomada das conexões reais nos relacionamentos com os filhos, a fim de mostrar a eles que “existe muita coisa legal acontecendo offline”.

    A médica reforçou, ainda, que é importante que os pais estejam atentos à recomendação de tempo de tela de acordo com a faixa etária. Segundo ela, crianças menores de dois anos não devem ser expostas ao uso do celular porque não estão preparadas para o mundo virtual. “É uma fase em que é importante que as crianças interajam com objetos reais”, destacou.

    Entre dois e cinco anos de idade, a recomendação é de, no máximo, uma hora de tela por dia. Dos seis aos dez anos, duas horas; e acima dos 10 anos de idade, três horas ao dia.

    O podcast Sua Saúde foi criado pelo CRM-SC para disseminar informação de qualidade sobre saúde. Os episódios já gravados incluem conversas com especialistas sobre vacinas, saúde do sono, dores nas costas, uso de anabolizantes, entre outros.

    Publicidade
    COMPARTILHAR