O empresário Lincoln Zaghi Jr foi preso nesta segunda-feira (13/2), 16 dias após o homicídio do garçom Utan Guaraçai da Rosa Camargo. Segundo Manoel Galeno, delegado regional de São José, a prisão ocorreu após negociação com os advogados de defesa, uma vez que o acusado pelo assassinato estava foragido.
O preso passou por exame de corpo de delito e foi encaminhado ao Complexo Penitenciário da Agronômica, na Capital, onde aguarda audiência de custódia. A princípio o empresário será indiciado pelo crime de homicídio por motivo fútil.
Na noite de um sábado (28), Zaghi sacou uma arma durante discussão e disparou duas vezes contra Utan após breve troca de palavras em frente à uma loja de bebidas da Av. Presidente Keneddy, onde o garçom estava com a esposa confraternizando após o expediente.
Zaghi, dono de uma rede de salões de beleza de alto padrão, foi à loja de bebidas intimar o proprietário após esse ter chamado a Guarda Municipal de São José para multar o seu carro, que estaria atrapalhando em frente à conveniência. Testemunhas relataram que o empresário do ramo de estética foi rude com o dono da loja de bebidas e Utan, sentado em uma das mesas na calçada, se levantou para questioná-lo, porém o acusado sacou uma arma da cintura e disparou duas vezes à queima-roupa. Utan não resistiu e morreu no local.
Lincoln Zaghi, 26 anos, então entrou em um Porsche fugiu da cena do crime. Desde o homicídio não havia comparecido às autoridades policiais; quando iria prestar depoimento na delegacia sua defesa fez a divulgação da data e horário, resultando em uma aglomeração de familiares protestando na frente da porta da delegacia. Assim, alegaram risco à integridade do cliente e conseguiram fazer o depoimento por vídeoconferência.
Na quinta-feira (9) passada a justiça estadual autorizou o pedido de prisão preventiva e desde então Lincoln Zaghi era considerado foragido. A defesa alega que o empresário atirou como legítima defesa e agora vai tentar um habeas corpus para sua soltura, para responder em liberdade.
Zaghi já tinha diversas passagens policiais por comportamento violento: ameaça, injúria, desacato, difamação, descumprimento de medida protetiva de urgência e lesão corporal. Com esse histórico, portava uma arma de fogo. Segundo o advogado de defesa, a arma não era legalizada.
Utan era casado, natural de Cachoeira do Sul (RS), tinha 38 anos, um filho e trabalhava em bar no Centro de Florianópolis. Parentes e amigos exigem justiça.