Segundo pesquisa mensal da Fecomércio, o endividamento das famílias em Santa Catarina chegou a 65,4% em dezembro de 2022. O índice é o mais alto já registrado pela Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência).
A pesquisa analisou eu, ao longo de 22, o número de famílias endividadas em SC cresceu continuamente e, em dezembro, chegou ao 13º mês de alta e 25% acima do mesmo mês de 2021. Segundo a Fecomércio, o cenário de 2022 foi oposto ao observado durante quase todo o período da pandemia (2020 e 2021), quando as famílias catarinenses reduziram o nível de endividamento a mínimas históricas.
A percepção de endividamento indicava até o primeiro semestre de 2022 um relativo equilíbrio e controle do orçamento familiar em Santa Catarina, mas o cenário visualizado pela Peic aponta o avanço do grupo “muito endividado” pelo sexto mês seguido, passando de 11,7%, quando a renda familiar está mais da metade comprometida.
No quesito de inadimplência, os índices também subiram. Enquanto em 2021 o percentual oscilava, chegando a atingir a mínima histórica (5,5%), em 2022 houve um forte crescimento da taxa no segundo semestre, chegando no final do ano a 18,6% das famílias inadimplentes.
Segundo o economista da Fecomércio SC, Pedro Henrique Pontes, a inadimplência é o principal problema: “O nível de endividamento não é um indicador negativo para a economia, uma vez que consumidores mais seguros de sua situação econômica fazem uso de crédito e compram de forma parcelada. O problema surge quando os endividados não conseguem honrar seus compromissos, passando assim para o grupo dos inadimplentes. Em 2022, a dinâmica do consumo e do endividamento foi diretamente pela impactada pela inflação e taxa de juros, que encareceu as dívidas e apertou o orçamento familiar”.
A grande parte das dívidas informadas na pesquisa (com base em entrevistas em cinco cidades de SC) é referente a cartão de crédito (75%), crédito pessoal (16,5%) e crédito consignado (11%). Financiamentos de veículos e imóveis também entram no cálculo da Peic. Os valores das dívidas não são medidos.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br