O ato do hino nacional ocorrido em São Miguel do Oeste com a saudação romana já foi descartado pelo Gaeco como um gesto associado a nazismo ou fascismo. Imagens da execução do hino em que centenas de participantes ajoelhadas estendem o braço em riste, com a palma da mão para baixo, viralizaram sob a denúncia de que se trataria de uma apologia aos regimes ditatoriais.
Na tarde desta quarta-feira (2) o Ministério Público de Santa Catarina havia divulgado que o Grupo de Atuação no Combate às Organizações Criminosas faria uma investigação sobre o caso para entender o uso da saudação.
Durante o dia o Gaeco ouviu testemunhas que estiveram na manifestação na SC-163 e entendeu, na apuração preliminar, “que não houve intenção, aparentemente, de fazer apologia ao nazismo, não havendo evidências de prática de crime, muito embora a atitude ser absolutamente incompatível com o respeito exigido durante a execução do hino nacional e poder gerar alguma responsabilidade”, disse o órgão em nota na noite dessa quarta.
Segundo a apuração, o gesto realizado pelos manifestantes foi executado após serem conclamados pelo empresário ao microfone a estenderem a mão sobre o ombro da pessoa a sua frente ou, se não houvesse, para que estendessem o braço, a fim de “emanar energias positivas”. O relato foi confirmado por policial que acompanhava a manifestação, bem como por diversos repórteres que estavam no evento. A investigação também não encontrou qualquer relação do empresário que fazia a locução com nazismo.
Outra investigação
Agora o Ministério Público pretende fazer outra investigação sobre os procedimentos de bloqueio de estradas. No caso, a utilização de crianças nos atos. Segundo o MPSC, vídeos divulgados nas redes sociais e na imprensa mostram o uso de crianças em manifestações na BR-101 em Itajaí e Itapema. O Ministério Público afirma que a atitude deve ser combatida, com o acionamento de Conselho Tutelar para averiguação.