Foi deflagrada nesta terça-feira (26/4) a Operação Câmbio Barriga Verde pelo Ministério Público Federal, em conjunto com a Receita Federal e a Polícia Federal. Cerca de 100 agentes cumprem as buscas em endereços de pessoas físicas e jurídicas em 7 cidades catarinenses.
As investigações tiveram início a partir de elementos indicativos da existência de organização criminosa com sede na região de Garopaba, com movimentação financeira considerada suspeita pelo Conselho de Controle de Atividade Financeira (Coaf). Uma casa de câmbio teria movimentado mais de R$ 1 bilhão, o que seria incompatível com sua capacidade financeira, além de registrar o recebimento de grande volume de dinheiro em espécie.
Em fase preliminar foi apurado que a organização supostamente se utiliza de complexo esquema criminoso, que conta com a criação de diversos CNPJs para dissimular a existência de filiais, utilização de laranjas para ocultar os reais beneficiários das operações fraudulentas e uso de empresas em nome de terceiros com o intuito de lavar o dinheiro e blindar o patrimônio com o esquema criminoso.
Segundo a RF foram identificados indícios de crimes contra o sistema financeiro, sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Conforme apurado, a principal empresa investigada, apesar de apresentar faturamento anual de cerca de R$ 7 milhões, movimentou entre 2013 e 2019 quantia superior a um bilhão de reais.
São cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em endereços de pessoas físicas e jurídicas investigadas em Garopaba, Florianópolis, Itajaí, São José, Criciúma, Urussanga e Caixas do Sul (RS). Houve um flagrante de posse ilegal de 3 armas de fogo em residência em Urussanga, ocasionando em uma prisão.
Também foram sequestrados judicialmente veículos e imóveis de luxo ligados aos investigados, com o objetivo de impedir eventual esvaziamento do patrimônio acumulado de forma criminosa.
No cumprimento dos mandados da Operação Câmbio Barriga Verde, os agentes buscam identificar os beneficiários ocultos que enviaram recursos para a organização criminosa. As informações serão cruzadas com a base de dados da Receita Federal. Valores com origem em sonegação ou outras origens ilícitas serão objeto de procedimentos fiscais com cobrança de multas.
Atualização
Até o final da tarde não houve atualização na quantidade de bens e dinheiro apreendido. Segundo a PF houve a necessidade de adequar um pedido de busca junto ao poder judiciário, atrasando a operação e o balanço final. A Receita revelou que foram encontradas barras similares a ouro, que serão periciadas para verificar a composição do material. A polícia afirma que deverá divulgar um balanço nesta quarta (27).