O traçado do mapa do Monitor de Secas confirmou o que já indicava a última edição do Boletim Hidrometeorológico Integrado: em fevereiro, a estiagem em Santa Catarina ficou mais intensa em comparação com janeiro. Segundo a síntese divulgada nesta sexta-feira, 18, houve o avanço da seca moderada e grave no leste do Estado e da seca extrema no Oeste, em virtude das chuvas abaixo do esperado nos últimos meses.
Os impactos da estiagem, a partir da metodologia do Monitor de Secas, são de curto prazo no Leste e de curto e longo prazo nas demais áreas catarinenses.
Os dados divulgados também demonstram que a estiagem se intensificou nos demais estados da região Sul do país. Houve o avanço da seca extrema no norte e oeste do Rio Grande do Sul e no sul do Paraná.
Prejuízo em R$ 4,2 bilhões
Conforme cálculo atualizado da Epagri, que incluiu a produção de maçã, o impacto da estiagem em Santa Catarina nos últimos meses é de um prejuízo acumulado em R$ 4.232.417.422,7.
Assim como no levantamento anterior, as perdas com a soja continuam sendo as de maior impacto econômico para Santa Catarina, um prejuízo de R$ 1.835.327.937,5. Com uma queda de 23% em relação à estimativa inicial, Santa Catarina deve produzir 1.968.260,7 toneladas de soja, 587.304,9 toneladas a menos do que o esperado inicialmente.
Em termos de perdas percentuais, o milho grão primeira safra é o mais atingido. A estimativa da Epagri/Cepa aponta para uma queda de 35,1% na safra 2021/22, na comparação com a estimativa inicial. Até o momento, as perdas econômicas nestas lavouras chegam a R$ 1.506.912.237,5. A queda no volume produzido será de 950.533,4 toneladas, resultando numa estimativa de safra de 1.759.615,2 toneladas.
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Qualidade da água
Levantamento da organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica revelou que somente 6,8% dos rios da Mata Atlântica do país apresentam água de boa qualidade. A pesquisa não identificou corpos d’água com qualidade ótima no país. Mais de 20% dos pontos de rios analisados apresentam qualidade de água ruim ou péssima, ou seja, sem condições para usos na agricultura, na indústria ou para abastecimento humano, enquanto em 72,6% dos casos as amostras podem ser consideradas regulares.
De acordo com o documento, em Santa Catarina houve coleta em dois rios que ficam na ilha: Capivari e Tavares. O resultado, segundo a ONG, é de que a qualidade desses dois cursos d’água em Florianópolis é regular. Apenas um ponto do Rio Tavares foi classificado como de boa qualidade da água.
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