A UPA de Forquilhinha, em São José, passa por picos de atendimento que têm provocado filas no pronto-socorro, tanto para adultos, quanto para crianças. Projetada e contratada para até 9 mil atendimentos por mês, a unidade chega a ter 50% de demanda a mais, resultando em um sobrecarregamento.
De acordo com a secretária municipal de Saúde, Sinara Simioni, diante da alta demanda no SUS por conta do impacto da pandemia, a prefeitura planeja abrir mais uma porta do tipo, na região norte da cidade. O local estudado pelo município é no bairro Serraria.
O Correio questionou a secretária como tem sido a adaptação da UPA de Forquilhinha em atender a demanda, especialmente nos pontos fora da curva, momentos em que a unidade fica lotada, e as perspectivas do atendimento de emergência no município.
Correio – Como é feito o atendimento na UPA de Forquilhinha e qual é a capacidade de adaptação à alta demanda? O serviço da OS permite uma flexibilização na chamada de profissionais para atendimento?
Sinara Simioni – Junto ao contrato de gestão com a OS nós fazemos uma programação e dentro da habilitação dela para nove mil atendimentos. Ali tem um rol de número de profissionais. Para pediatra seria um profissional e nós reforçamos, ampliamos o contrato e tem momentos, como vamos monitorando o fluxo de crianças, em que tem um fluxo maior. Então nesses horários entra o segundo pediatra, a gente já faz essa programação, já colocamos um pediatra a mais e constantemente tem ficado dois pediatras para fazer os atendimentos. Nesse período que teve os sintomáticos respiratórios, quando há um movimento muito grande de crianças ou adolescentes até 14 anos, o clínico também passa a ajudar no atendimento. Outra coisa que acontece quando o paciente está ali na sala de espera aguardando é que o médico para e vai até o paciente que está em observação, ele abre novamente o prontuário e faz a evolução do paciente, então além de atender a porta ele acompanha os pacientes que estão em observação, por isso muitas vezes acontece de sair um paciente e dizem que o médico não chamou ainda, mas na verdade ele está evoluindo o prontuário e vai acompanhar também o paciente que está em observação. É uma dinâmica diferente de uma unidade de saúde, tem várias situações que ocorrem o tempo todo dentro de um serviço de urgência e emergência. Ontem [9 de março] houve um aumento expressivo de busca pela UPA e às 14 horas a gente estava com seis médicos atendendo. Há uma discussão em termos outra UPA para dar suporte. O prefeito já divulgou anteriormente quando foi lá fazer a visita, que é algo que está sendo discutido, pelo tamanho do município, pela questão da UPA de Forquilhinha hoje estar sobrecarregada, principalmente na pandemia. Tem momentos que está calmo, tem horários que o pico é maior, segunda-feira é dia de muita procura, tanto na UPA, quanto nas unidades básicas de saúde, mas a gente consegue ainda ter esse atendimento e essa possibilidade de chamar profissionais pela questão do contrato de gestão.
Correio – Quantos atendimentos a UPA está fazendo por mês?
Sinara – Nos últimos meses tem sido treze mil, quatorze mil, tem semana que passa de 500 atendimentos por dia.
Correio – Isso gera um custo a mais para o município?
Sinara – Quando houve o aumento de casos a gente fez uma complementação de horas médicas para poder ampliar o quadro de atendimento médico, para poder ter mais profissionais em horários de maior pico.
Correio – E a respeito dessa construção de uma nova UPA, é o caso de construir uma nova ou reforçar por exemplo a de Campinas ou de Barreiros?
Sinara – Onde está a UPA em Forquilhinha não é só UPA, tem a Policlínica junto, com a estrutura que tem nela precisa de ampliação, e não tem espaço para ampliar ela ali, então é uma das prioridades do prefeito é construir um pronto atendimento na região norte, que seria em Serraria, para atender aquela população e com isso a gente conseguiria equilibrar a oferta. A gente está vendo uma procura pelo SUS muito grande, tem aumentado todos os dias nas unidades a procura pelo SUS principalmente no pós-pandemia onde pessoas ficaram sem plano de saúde e as UPAs acabam ficando sobrecarregadas em relação a esses atendimentos.
Correio – Como está a questão de pessoal na secretaria, recentemente foram chamados alguns profissionais novos. A prefeitura prevê novos concursos?
Sinara – A contratação do profissional médico por concurso leva bastante tempo para que o profissional assuma no município. A gente está finalizando agora um processo seletivo, nos próximos dias devemos estar publicando, para justamente reforçar as equipes e esse profissional vir para amenizar os afastamentos.
Correio – Quantos estão afastados no momento?
Sinara – No momento são 90 servidores afastados, por diversas causas.
Correio – Qual é a situação da vacinação infantil contra Covid?
Sinara – Nós fizemos uma projeção de 5 a 11 anos de vinte mil crianças, já vacinamos com a primeira dose um pouco mais de 14 mil crianças, isso representa mais de 70%, isso pelo porte do município é um número considerado bom. Tem municípios que não conseguiram chegar a 30% ainda. Agora a equipe da gerência de imunização, juntamente com a atenção primária, vai desenvolver algumas ações nos próximos dias para pelo menos chegar a 90% desse público vacinado. Vamos fazer algumas ações nas escolas e divulgar nos próximos dias ações referentes às crianças.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br