Economia catarinense cresceu 8,3% em 2021

    PIB catarinense teve adição de R$ 398 bilhões; crescimento nacional foi de 4,6%

    O PIB catarinense desacelerou no último trimestre do ano passado. Fechou 2021 com um crescimento estimado em 8,3%, abaixo da estimativa anterior de 9,8% calculada para o período de 12 meses encerrados em setembro passado, na comparação com o mesmo o período anterior.

    Os dados são do Boletim de Indicadores Econômico Fiscais, compilado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) e lançado nessa segunda-feira (7/3), com a estimativa do crescimento do PIB catarinense no ano passado.

    Ainda que em desaceleração, o cenário é de forte crescimento e comprova a resiliência e competitividade da economia estadual, mesmo em tempos adversos. Parte desse crescimento robusto é também explicado pela base fraca de comparação, já que em 2020 o PIB catarinense retraiu 1,1%.

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    Naquele ano, a economia catarinense passou pela pior fase dos impactos da pandemia, ainda que tenha retraído bem menos que a economia brasileira, que encolheu 3,9%.

    Já em 2021, Santa Catarina teve um desempenho bastante destacado e provavelmente uma das maiores taxas de crescimento entre os estados brasileiros, superando com folga o crescimento da economia brasileira, cuja média foi 4,6%. Tendência que vem ocorrendo desde 2016 e que consolida o ganho de participação da economia estadual no PIB nacional.

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    Dados apurados pelo Banco Central, por exemplo, em seu índice de atividade econômica dos estados, apontam a economia estadual como a segunda de maior crescimento no ano passado, superada apenas pelo Rio Grande do Sul. O PIB de São Paulo, a economia mais competitiva do País, teve crescimento de 5,7% em 2021.

    Ao total, conforme o levantamento da SDE, o PIB catarinense teve adição de R$ 398 bilhões no ano passado.

    Setores da economia de SC

    Em 2021, a agropecuária catarinense retraiu 1,6%, sendo que a pecuária cresceu 3,5% e a agricultura retraiu 6%. A agricultura teve mais uma safra com perdas de produtividade em alguns dos seus principais cultivos. Problemas climáticos recorrentes com períodos longos de estiagens e eventos climáticos extremos têm dificultado o avanço da produção agrícola.

    A indústria de transformação cresceu 10,2%, sendo que o único segmento que retraiu foi o da fabricação de Produtos Alimentícios (- 10,4%). Todos os demais segmentos cresceram, com destaque para a metalurgia básica (+42,3%), veículos automotores (+39,2%) e máquinas e equipamentos (+22,5%). Os segmentos têxtis (+14,5%) e do vestuário (+19,1%) tiveram recuperação expressiva após as dificuldades enfrentadas em 2020.

    Segundo dados da Pesquisa Mensal dos Serviços, do IBGE, o volume de serviços produzidos em SC, excluindo-se o comércio, teve crescimento de 14,7% em 2021, quando a média brasileira variou 10,9%.

    O setor dos serviços, de maior peso no PIB (com R$ 223,9 bilhões adicionados), foi o último a se recuperar da crise provocada pela pandemia, mas todos os seus segmentos já estão crescendo na comparação com o ano anterior. Cresceu 7,6%, sendo que o maior segmento, o comércio, cresceu 8,6%. Os serviços de transporte, de informação e os serviços prestados as famílias foram os de maior crescimento.

    Esses resultados refletiram no mercado de trabalho. O número de postos gerados no ano passado, de 167.854, representa o maior saldo da série histórica iniciada em 2004. Foi o quinto maior número de postos criados no País. A taxa de desocupação no Estado está em 4,3%, mantendo-se a menor do País, cuja média de 2021, ficou em 11,1%.

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