No início de novembro dois jacarés foram encontrados mortos à margem de um curso d’água no bairro Santa Mônica, em Florianópolis, ambos de porte pequeno e sem a cabeça e a cauda.
A partir da indicação de crime ambiental, órgãos iniciaram a investigação sobre o que teria ocorrido com os animais. Especulou-se que poderia estar relacionado à vazamento de óleo no rio que desagua no mangue – o que é outro crime ambiental – ou que tenham sido mortos por jacarés maiores. A Guarda de Florianópolis chegou a filmar em “flagrante” um jacaré maior levando na boca uma das carcaças, o que, em tese, indicaria que os animais pudessem estar em disputa pelo território.
O Instituto Geral de Perícias de SC (IGP) participou da análise, que afirmou incomum na rotina do órgão, contando com o apoio de um perito criminal com formação em medicina veterinária. O profissional veio de Campos Novos à capital catarinense para realizar o exame de necrópsia em um dos animais, uma vez que o outro que estava às margens do córrego provavelmente foi comido pelo animal maior.
Ver essa foto no Instagram
Segundo o IGP, foi constatado que os jacarés foram caçados e mortos por ação humana. Com atuação do setor de antropologia forense do IGP, a análise dos ossos confirmou a utilização de um instrumento cortante na remoção dos membros. Diante da conclusão, o dano à fauna silvestre foi estabelecido em uma multa de R$ 23 mil, porém ainda sem a indicação do responsável pelas mortes, motivo de investigação pela Delegacia de Repressão aos Crimes Ambientais em Florianópolis.
Em relação ao vazamento de óleo diesel encontrado no córrego, a perícia emitirá outro laudo sobre o tema para a investigação dos demais órgãos ambientais.