O governo de Santa Catarina pede pela concessão da BR-282 há pelo menos dois anos. Quando o ministro de Infraestrutura da atual gestão federal veio pela primeira vez visitar as obras do contorno viário da Grande Florianópolis, o Correio apurou junto ao governador que esse era um dos pedidos à União.
Até hoje a pauta pouco avançou na esfera federal. Já no âmbito estadual – que conseguiu a autorização para injetar R$ 465 milhões em obras de BRs em território catarinense – há a intenção de se ampliar essa doação de impostos estaduais à União. Nesta segunda-feira (29/11), em um evento promovido pela Federação da Indústria em SC, o governador, Carlos Moisés, voltou a abordar o tema da concessão da BR-282.
De acordo com o governador há R$ 50 milhões do dinheiro estadual reservados para investimento no corredor do Mercosul em Santa Catarina. A ideia é de que se o estado investir em obras de duplicação da rodovia, uma eventual concessão à iniciativa privada faria com que um pedágio fosse menos caro, uma vez que a rodovia invariavelmente precisa de ampliação, especialmente entre Lages e Palhoça.
Conforme levantamento da Fiesc a ampliação de terceiras faixas entre essas duas cidades custaria ao menos R$ 193 milhões. Há duas semanas o Dnit também sinalizou que vai iniciar aos poucos essa ampliação no ano que vem, porém ainda sem estimativa de custos ou de trechos que serão contemplados.
A BR-282 é um gargalo para o desenvolvimento de Santa Catarina e é palco de diversos acidentes por conta da imprudência de motoristas nos trechos de pista simples. Com a construção de mais faixas de ultrapassagem a rodovia ganhará melhor escoamento e diversos setores econômicos serão beneficiados – por isso o grande interesse da indústria em ampliar a principal ligação Oeste-Litoral.
Assim como o investimento estadual nas BRs 470, 163, 280 e 285, um eventual recurso para a BR-282 deverá ter o aval da Alesc.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br