“Estamos pedindo socorro”: creche de São José passa por semana de assaltos

Creche Nossa Senhora de Azambuja sofre assaltos todos os dias na semana e clama por socorro

A foto mostra uma parede com o desenho da personagem hello kitty e acima há pedaços de madeira fechando um espaço, a exceção de um ponto em que não há madeira. A creche filantrópica de São José passa por uma semana de assaltos e arrombamentos.
Três boletins de ocorrência foram registrados na última semana por conta dos arrombamentos no local - Assobensa/Divulgação/CSC

A creche Nossa Senhora de Azambuja, no bairro Bela Vista, em São José, sofreu pelo menos três assaltos e um arrombamento na última semana. Entre os itens roubados estão televisão, micro-ondas, ventiladores, janelas, extintores de incêndio e doações de roupas e brinquedos, além de danificações na fiação elétrica e canos de água, de acordo com Maria Clotildes, presidente da Associação Beneficente Nossa Senhora de Azambuja (Assobensa). A Polícia Militar acredita que a ações são praticadas por moradores de rua.

O primeiro assalto ocorreu na madrugada da última sexta para sábado (14/8), voltando a acontecer na madrugada de segunda (16) e quarta-feira (18). Além disso, a creche passou por um arrombamento na madrugada desta sexta-feira (20), em que danificaram janelas, fiação elétrica e estruturas de madeira colocadas para fechar espaços destruídos nos assaltos dos dias anteriores, segundo Maria Clotildes. Voluntários fazem a limpeza do local nesta manhã e ainda verificam o que teria sido levado.

local está em reforma homem trabalha varrendo dentreo de ampla sala
Local está em reforma e ladrões aproveitam para invadir de noite, depredar e roubar diversos objetos – Assobensa/Divulgação/CSC

Ao Correio, a presidente da Assobensa fala que a creche já havia passado por furtos pontuais nos postes de luz, mas causa estranheza a persistência dos assaltos nesta última semana. “A gente tem medo até de vir aqui de dia. É uma coisa desesperadora. Estamos pedindo socorro. Até quando vamos sofrer estes danos?”. Três boletins de ocorrência foram registrados e uma pessoa chegou a ser presa pela guarda municipal de São José. O espaço não atende crianças desde o ano passado, devido a pandemia e uma interdição para reforma das salas.

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“Estamos pedindo socorro. É uma coisa desesperadora. Tem pessoas ali trabalhando para nos ajudar, mas ainda assim somos assaltados. Tem um senhor que veio fechar algumas partes, mas está bem fragilizado. Precisamos de uns 50 mil reais para levantar as paredes. Enquanto isso a gente não fica tranquilo com os assaltos”, diz Dona Clô.

O tenente-coronel do 7º Batalhão em São José, André Serafin, em resposta ao Correio, explica que a creche filantrópica teria sido descredenciada pela vigilância sanitária do município e desde então moradores de rua teriam aproveitado a “situação de abandono” para praticar os assaltos e revender os objetos. “A gente faz rondas periódicas e constantemente esses moradores de rua são abordados. Muitos são presos – um inclusive tinha 59 boletins de ocorrência –, entretanto dificilmente eles ficam presos, uma vez que esses crimes são considerados de menor potencial ofensivo, praticados sem violência ou grave ameaça”, comenta.

Por Ana Ritti – reportagem@correiosc.com.br

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