Auxílio emergencial em SC entra em estudo pelo governo, contrariando secretário

    Depois do secretário da Fazenda, Pauli Eli, afirmar em entrevista que “Santa Catarina não precisa criar auxílio porque não tem desemprego”, o governador, Carlos Moisés, anunciou nesta quinta-feira (25/3) que determinou ao secretário e à sua equipe que façam um estudo para implementação de um auxílio emergencial do estado, em molde similiar ao que ocorre no âmbito federal.

    A ideia do governador é atender não apenas as famílias que atualmente estão sem renda, mas também os trabalhadores autônomos, os ambulantes e os micro e pequenos empresários que não têm condições de acessar os programas de crédito do governo. “Determinei à Secretaria da Fazenda que realize esse levantamento no mais curto espaço de tempo possível, a fim de buscarmos a melhor forma de atender aquelas famílias que se encontram em situação de extrema necessidade no nosso Estado”, disse Moisés. Ele também afirma que o auxílio será construído com a assembleia legislativa.

    O governo não divulgou qual é a estimativa do valor que pode ser ofertado à população catarinense, e que possivelmente será adicionado ao auxílio emergencial do governo federal, previsto por enquanto em R$ 250. Alguns deputados estaduais citam que a parcela auxiliar em Santa Catarina poderá ser de R$ 300, mas ainda incerta. Estados como o Amazonas, Pará e Rio de Janeiro também aprovaram seus próprios auxílios estaduais.

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    Alesc cobra o auxílio

    A ideia não é originária do governo estadual e tem sido cobrada pelos deputados da Alesc. Os parlamentares citam a necessidade do governo estadual amparar melhor tanto as pessoas físicas, quanto jurídicas. “Precisamos lançar mão de um programa emergencial de combate aos efeitos da pandemia, mas para quem de fato vamos oferecer crédito? É preciso vencer a burocracia, temos de perguntar se de fato estamos privilegiando os negativados, os micros e pequenos, as empresas que não têm condições de manter seus compromissos fiscais”, propôs na semana passada a deputada Paulinha (PDT).

    Nessa quarta (24/3), o deputado João Amin (PP) manifestou sua preocupação com o comentário de Paulo Eli, de que Santa Catarina não precisaria do auxílio. Lembrou que no estado há uma falta de 400 leitos nos hospitais e que a vacinação está em “passos de tartaruga”. O parlamentar destacou a importância das medidas adotadas pela agroindústria, não só de Santa Catarina, como a do Paraná e do Rio Grande do Sul, que mesmo em meio à pandemia, não demitiu 16 mil trabalhadores, mas os substituiu. “Só em Santa Catarina foram cinco mil empregos mantidos com essa medida”. Amin também falou da preocupação com o novo auxilio emergencial, que será de R$ 42 bilhões, e indagou se haveria muita burocracia para auxílio do Badesc e do BRDE às empresas catarinenses.

    Também na semana passada, o líder do governo na Alesc, José Milton Scheffer (PP), falou sobre propostas de criação de programas de financiamento para microempreendedores e pequenos agricultores, além de nova isenção na tarifa de água e esgoto para famílias de baixa renda.

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