Saturação dos hospitais: 390 pacientes aguardam por um leito de UTI em Santa Catarina

    Santa Catarina termina os dois finais de semana de restrições com um cenário pior do que quando começou. Há, nesse domingo (7), uma fila de espera de 390 pacientes por um leito de UTI em todas as unidades hospitalares públicas.

    O estado está em saturação* e ao menos 36 pessoas morreram em fevereiro sem o devido atendimento. O estado está próximo de 8 mil fatalidades pela Covid e de ser o terceiro em número de casos nacionalmente, com cerca de 3 mil pessoas infectadas a menos que a Bahia.

    Os dados desse domingo mostram que somente na região de Chapecó há 181 pessoas que precisam de tratamento intensivo e não conseguem. A cidade vive semanas de saturação geral na saúde, com aumento de casos e mortes por coronavírus. Chapecó passou em número de casos a cidade de São José, cuja região, a Grande Florianópolis, tem agora 51 pacientes na fila de espera por UTI. Completam a lista as regiões de Criciúma (53 pessoas à espera de UTI), Joinville (42), Joaçaba (28), Itajaí (15), Lages (13) e Blumenau (7).

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    O governo mascarou a questão dos hospitais totalmente lotados por um período em fevereiro, para evitar maiores restrições sociais. No início daquele mês, o estado chegou a receber 16 pacientes de Manaus (AM) para tratamento de Covid; três semanas depois, estava enviando para a Região Metropolitana de Vitória os próprios pacientes de SC, para serem salvos da Covid. Um não resistiu à doença pulmonar, dos apenas três transferidos. O avião dos bombeiros militares que utilizado para levar o paciente na quarta (3), nessa segunda (8) irá buscar o corpo.

    Com razão, o governador, Carlos Moisés, enaltece o aumento de leitos de UTI feito durante todo o ano de pandemia, que chegam a 1.607, além de outros investimentos, que, agora, se mostraram insuficientes para amparar os pacientes de Covid quando a pandemia chegou em seu pior estágio. Agora, Moisés e equipe se limitam a postergar medidas efetivas ante à real gravidade do incêndio. Para evitar o lockdown pedido por seis órgãos de controle público em SC, o governador disse que iria esperar o resultado dos quatros dias de restrições, que não diminuíram a força do contágio.

    Sem sinal de que haverá uma pisada no freio estadual, prefeituras tomam suas próprias medidas. Nesse domingo, por exemplo, Lages decretou restrições mais severas por uma semana.

    + Região Metropolitana tem mais de 5,2 mil pessoas em tratamento contra coronavírus

    * – Não se fala em colapso quando o sistema de saúde, com seus profissionais abnegados, está funcionando. O sistema está saturado.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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