Levantamento da Fiocruz em sete estados mostra que as variantes do coronavírus Sars-Cov-2 já são responsáveis pela maior parte dos novos casos de infecção. Em Santa Catarina, de acordo com a instituição, essa proporção é de 63,7%.
O novo protocolo de RT-PCR, desenvolvido pela Fiocruz Amazônia, foi utilizado nas unidades de apoio ao diagnóstico e centrais analíticas da Fiocruz para avaliação de cerca de mil amostras dos estados de Alagoas, Minas Gerais, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O protocolo detecta a mutação comum em três das ‘variantes de preocupação’ (P1, identificada inicialmente no Amazonas, B.1.1.7, no Reino Unido e B.1.351, na África do Sul), que são potencialmente mais transmissíveis.
De acordo com o Observatório, a alta circulação de pessoas e o aumento da propagação do vírus Sars-CoV-2 tem favorecido o surgimento de ‘variantes de preocupação’ no Brasil, como é o caso da variante P1, identificada no Amazonas, e confirmada como de circulação autóctone em Santa Catarina. O alto grau de infecção é um dos fatores está por trás dos hospitais saturados em Santa Catarina, em que há centenas de pessoas precisando de leitos de UTI, mas sem vaga.
Com o levantamento das infecções de novas variantes, que são mais transmissíveis, a fundação alerta para a ausência de medidas de contenção da pandemia e o que foco, além de uma campanha de vacinação mais eficaz, é em medidas não-farmacológicas que possam reduzir a velocidade da propagação e o crescimento do número de casos, a exemplo de medidas mais rigorosas de restrição da circulação e das atividades não essenciais.
Ainda segundo o relatório da Fiocruz, até o momento não foi observada uma clara associação dessas variantes com uma evolução clínica mais grave da Covid-19.