Nosso mapa é vermelho. Essa é a atulização da matriz de risco à Covid divulgada nesse sábado (27/2) pelo governo de Santa Catarina. Não é a primeira vez. E o que isso significa? Pra quem se importa, significa muito. Pra quem é negacionista, não muda nada.
A atualização na verdade não mudou muita coisa para a semana passada. A diferença é que a região Carbonífera, de Criciúma e arredores, foi rebaixada do grau de risco grave para gravíssimo. Fruto do carnaval negacionista e com diversas aglomerações de pessoas sem máscara. Agora todo mundo deveria estar em alerta máximo, respeitando todas as regras sanitárias, tendo consiciência da coletividade, e fazendo o que é mais eficiente enquanto não há vacina fornecida pelo governo federal: isolamento social.
Mas não. Para quem acha que placebo é panaceia, não há fato que dê conta de tirar a condição negacionista e para esses não importa se já morreu no país quase uma cidade de São José inteira.
E não são só as pessoas que não mudam. O governo do estado não muda também desde que o comandante fez um pacto pra se manter no Centro Administrativo da SC 401. Em dezembro o mapa de SC também foi pintado de vermelho. Nada mudou. Agora, depois de alguma pressão midiática, o governo estadual fez o “lockdown de fim de semana” e instituiu oficialmente a hora de dormir, das 23h às 5h, para tentar achatar um pouco a curva, enquanto a realidade é muito pior: as pessoas infectadas por diferentes cepas estão lotando hospitais, cada mais jovens, cade vez piores. Os dados do painel de casos não são confiáveis, diga-se de passagem. Não mostram a falta de insumos, as pessoas nos corredores, os profissionais de saúde completamente exaustos e largados no front.
As regras estabelecidas agora são ainda efêmeras diante do problema causado principalmente pelo caranval, fora todos que já fingem há muito tempo que a pandemia acabou. Santa Catarina tem batido recordes de pessoas infectadas, o que significa que os hospitais ficarão ainda mais cheios e que medidas mais duras deveriam ser tomadas, como pedem os órgãos de controle estaduais. Mas Carlos Moisés começa a se esquivar da tomada de decisão, de que tem que trancar tudo mais uma vez como fez o “Moisés raiz” em março e abril de 2020, quando tinha a cabeça no lugar para enfrentar a pandemia. Agora, só tem visualizado as mensagens dos grupos que determinam: “tu não vais fechar nada”. Mal consegue fechar as lojas de tralhas que debocham vendendo arroz e feijão para fazer marketing.
Então cá estamos com o mapa de novo pintado de vermelho e muita gente que diz “e daí?” e que “fique em casa” é um absurdo, entre outros delírios estimulados pelo capetão.
Em breve o mapa de Santa Catarina será preto, como fez o RS, e tampouco as coisas vão mudar, porque a cabeça das pessoas está perdida em narrativas fantasiosas. Enquanto isso, a força da natureza, que é um vírus, é totalmente indiferente e faz seu próprio carnaval.
Por Lucas Cervenka – redacao@correiosc.com.br