O ministro da Transparência e Controladoria-Geral da União (CGU), Wagner Rosário, disse que a desigualdade social no país contribui para o círculo vicioso da corrupção. Ele participou hoje (4/6) do Fórum do jornal O Estado de S. Paulo sobre compliance, na capital paulista.
Para o ministro, as experiências de outros países que viveram o mesmo problema mostram que grandes crises – como a que o Brasil vive – são comuns antes que se deixe a corrupção para trás. Ele explica que o círculo vicioso inclui de desconfiança generalizada da população em seus líderes à lógica particularista. “Isso [lógica particularista] explica os agentes envolvidos em corrupção, porque eles não entendem o dinheiro como da sociedade”, disse.
Outro fator que intensifica o círculo vicioso é a forte polarização de pensamentos na sociedade brasileira atual. “Ou você é Flamengo ou Vasco, ou direita ou esquerda, o que dificulta muito o diálogo racional, fica difícil buscar um consenso”, declarou. O ministro defendeu que a população tenha mais acesso à informação e mais certeza da existência de planos e medidas reais por parte do governo com objetivo, “se não de eliminar, mas detectar os casos de corrupção”.