Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro é acusado de estupro por ex-servidora

Acusação é de que o prefeito teria forçado a conjunção carnal três vezes, dentro do prédio da prefeitura

Um boletim de ocorrência registrado em 9 de outubro de 2020 relata que o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), teria estuprado uma ex-servidora da secretaria de Turismo. Segundo o relato da vítima, foram três vezes em que Loureiro teria forçado a relação sexual, dentro da própria prefeitura.

Os atos relatados no BO foram em 2017, “entre o final de 2017 e início de 2018” e em outubro de 2019. Segundo o relato, Gean ficou sozinho na sala com a servidora e investiu contra a mulher, de 46 anos, para fazer sexo. A descrição mostra que as três vezes foram similares, em que o prefeito forçou a conjunção carnal.

trecho do boletim com o relato individual
BO registrado na Delegacia de Proteção à Criança, à Mulher e ao Idoso (Dpcami) de Florianópolis, em 9 de outubro de 2020 – Reprodução/CSC

O relato da terceira vez em que Loureiro teria estuprado a então servidora é de 10 de outubro de 2019.

Publicidade

“Por volta das 16 horas o senhor Gean chegou na secretaria e passou a fazer atendimentos. Por volta das 19 horas a comunicante estava se preparando para sair do local quando o senhor Gean começou a puxar conversa e a comunicante temendo o que poderia acontecer instintivamente colocou seu celular para gravar, pois temia que o senhor Gean investiria novamente contra esta. Na sequência Gean trancou a porta da sala e passou a se despir. O senhor Gean baixou a calça da comunicante e a empurrou em cima de um sofá e passou a praticar conjunção carnal, que durou poucos minutos. Na sequência ele se vestiu, sem falar nada e saiu da sala. A comunicante ficou em pânico e ficou em choque. Disse possuir imagens do ato que pode apresentá-las. Desde então, a comunicante chegava quase todos os dias chorando em casa, até que após trabalhar muito o assunto em terapia tomou coragem e decidiu buscar justiça“, é o relato de parte do BO.

A história veio à tona nesta quarta-feira (28/10), dia do servidor público, quando blogs passaram a divulgar as fotos do ato e o boletim de ocorrência. As imagens, que circulam massivamente no whatsapp, são impublicáveis: mostram uma sequência de quadros da filmagem em que o prefeito e a mulher estão sem as calças, com a mulher apoiada e inclinada para frente, de costas para o prefeito.

O prefeito ainda não se manifestou sobre o caso e assessoria não respondeu solicitações da reportagem, tampouco o delegado que assinou o BO para comentar sobre a denúncia. O caso já foi enviado para investigação pelo Ministério Público de Santa Catarina.

A servidora foi exonerada em 14 de agosto de 2020. Era comissionada e atualmente é candidata à vereadora pelo mesmo partido de Gean, que concorre à reeleição e lidera as pesquisas de intenção de voto. Em 12 de outubro desse ano o prefeito foi diagnosticado com Covid-19 e, após internação, finalizava quarentena em casa.

+ Gean responde à denúncia: “ato foi consensual e é uma tentativa eleitoral baixa”

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

Publicidade
COMPARTILHAR