Na madrugada de sábado (24/10), a sessão do Tribunal Especial de Julgamento aceitou a denúncia contra o governador catarinense, Carlos Moisés (PSL), que fica afastado do cargo por 180 dias. A vice-governadora, Daniela Reinehr, também era denunciada, mas foi dispensada de prosseguimento de investigação jurídica e, assim, assume o comando do governo estadual a partir de terça-feira (27/10), tornando-se a primeira mulher a ocupar o posto, ainda que interinamente enquanto o processo de impeachment não termina.
Daniela Cristina Reinehr Koelzer
Natural de Maravilha, no oeste no estado, Daniela Cristina Reinehr Koelzer se estabeleceu em Chapecó, também no oeste, para estudar e constituir sua vida. Em suas redes sociais, ela se descreve como advogada, cristã, conservadora e patriota. É tambem ex-policial militar e produtora rural. Em 1995, iniciou o curso de Direito na Unoesc e no ano seguinte foi aprovada no concurso da Polícia Militar de Santa Catarina.
Em 1999 deixou a função de soldado na corporação para concluir a graduação, na Unochapecó. Formada em Direito no ano de 2000, ela atuou na área desde então, com experiência em comércio exterior, direito empresarial, civil e administrativo. Daniela tem 43 anos, é mãe de dois filhos e casada com o médico cardiologista Mauro Koelzer.
Nunca ocupou cargo eletivo até 2019, quando assumiu como vice-governadora de SC, primeira mulher neste cargo. Na linha política do bolsonarismo, filiou-se ao PSL em 2018 e foi indicada para a vaga de vice de Moisés. Depois acabou rompendo com o próprio governador ao longo do mandato e com o PSL, mantendo-se na linha de Jair Bolsonaro pela organização do novo partido Aliança pelo Brasil.
Essa fidelidade ao bolsonarismo é um dos motivos pelo qual Daniela agora é governadora. Julgada culpada por 4 deputados na sessão de ontem na Alesc, foi o voto divergente de um bolsonarista – o deputado Sargento Lima (PSL) – que permitiu a ela uma chance de desempate pelo voto do presidente do TJ, alcançando assim a absolvição. Agora ela assume o posto com apoio desse campo político, o qual não contava mais Moisés.