Passando os olhos pela Ordem do Dia das sessões da Câmara de Vereadores de São José salta aos olhos a longa lista de solicitações feitas por legisladores para que órgãos da prefeitura realizem tarefas de manutenção pela cidade. São pedidos para limpeza de praças e ruas, conserto de esgotos, reparo de lajotas, fechamento de buracos, além de pedidos de pavimentação, instalação de iluminação, etc.
Ao que parece, em vez de fiscalizar o Executivo, alguns vereadores passam a semana fazendo o papel de despachantes das suas comunidades, encaminhando solicitações à prefeitura que, facilmente, seriam resolvidas pelos próprios cidadãos, caso a prefeitura municipal tivesse, no seu site, um espaço para pedidos de obras e solicitação de serviços.
Meus caros, apesar de importante, essa prática é coisa muito antiga, obsoleta, caquética. Enquanto se preocupam em intermediar pedidos simples entre a comunidade e a prefeitura, deixam, muitas vezes, de prestar atenção e de cobrar dos governantes eficiência e agilidade na solução destes mesmos problemas e de outros muito maiores. Os vereadores deveriam se concentrar em cobrar da prefeitura, isso sim, um serviço prático e rápido, na forma de um espaço eletrônico onde o próprio cidadão pudesse fazer a sua solicitação, receber um protocolo e acompanhar a análise, a resposta da secretaria responsável e a execução de cada tarefa. Dessa forma, efetivamente, garantiriam que os cidadãos tivessem suas solicitações devidamente encaminhadas e, ao mesmo tempo, teriam condições de fiscalizar e cobrar cada uma dessas demandas, através do mesmo banco de dados. Simples, prático, rápido e possível. Fica a dica.
Educação Inclusiva
A Secretaria de Educação de Biguaçu promoveu, esta semana, um seminário sobre os desafios e perspectivas da Educação Inclusiva nas escolas municipais. Destinado a professores e profissionais da área, o evento procurou atualizar os conhecimentos das equipes sobre as formas de atuação na inclusão de crianças com necessidades especiais nas classes regulares de ensino. Entre os temas apresentados, foram apresentadas características e estratégias gerais e específicas para alunos portadores de autismo, dislexia, déficit de atenção e hiperatividade, problemas de visão e outros. Também foram discutidos temas relacionados à saúde física e mental dos profissionais de Educação.
Saúde mental do professor
A psicóloga e psicanalista Adriane Schein (foto) participou do seminário de Educação Especial em Biguaçu com o tema “Saúde Mental dos professores e profissionais de Educação”. Adriane, que realiza pesquisa na área da saúde do trabalhador em educação, destacou os principais desafios emocionais enfrentados por professores nas últimas décadas. As relações entre professores, alunos e pais foram de um “lugar de poder e de saber” do professor diante dos seus alunos, para uma realidade onde os relacionamentos dentro da sala de aula tendem à igualdade e, em alguns casos, a situações de enfrentamento e desgaste emocional.
Segundo a psicanalista, essa nova característica nas relações em todas as salas de aula pede atenção especial e novas abordagens em relação à saúde mental dos professores e técnicos que atuam junto a comunidade escolar. Em seu trabalho são aplicadas técnicas de grupo e análises pessoais, visando a prevenção e a redução do impacto de situações de estresse na estrutura emocional desses profissioniais. Professores e profissionais de educação interessados no assunto podem fazer contato com Adriane Schein pelo e-mail adrisouza_@hotmail.com
Catarinas pelo Mundo
Nascida em Florianópolis, a diplomata de carreira Márcia Donner Abreu foi nomeada Embaixadora do Brasil junto à República do Cazaquistão. Da capital, Astana, Márcia também responderá pelas relações diplomáticas com o Turcomenistão e com o Quirguistão. Situado na Ásia Central, com parte do território na Europa, o Cazaquistão é o maior país sem costa marítima do mundo e foi a última das repúblicas socialistas soviéticas a declarar independência, depois da dissolução da URSS. A principal fonte de renda do país vem da exploração de petróleo e outros hidrocarbonetos.
Pavan
O deputado Leonel Pavan obteve melhoras no quadro clínico esta semana. Foi retirado do coma induzido, na terça-feira, e permanece em estado grave, porém estável. Pavan sofreu um AVC hemorrágico dia 14 de maio. A equipe médica declara que ainda não é possível avaliar se o problema de saúde trará sequelas importantes.
Empregos em abril
São José, mais uma vez, está na dianteira no índice de geração de empregos com carteira assinada na região. Em abril, os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) apontou a criação de 803 novas vagas de trabalho formal na cidade. Em seguida vem Palhoça, com saldo positivo de 342 empregos, e Biguaçu, com 73. Florianópolis, entretanto, ficou atrás, fechando abril com 80 vagas a menos do que em março. No acumulado, em 2018, foram 1.400 novos empregos criados nas quatro cidades. Os números só não são melhores porque Florianópolis, no mesmo período, fechou .
La reforma del puente que casi cayó
Falar da Ponte Hercílio Luz já está exigindo escrever em espanhol, tal o aspecto de novela mexicana que transparece dos vinte anos de esperanças e dinheiro depositados na sua recuperação. Pela última conta, apresentada esta semana por um grande veículo de imprensa, o custo da reforma chegará a mais de R$ 600 milhões, somados os gastos com a recuperação da estrutura e as despesas extras para organizar tudo. E, mesmo com essa grana toda, sequer se sabe quando e como o serviço ficará pronto.
O governador Pinho Moreira (que já deixou claro que, se fosse por ele, não investiria nessa empreitada) esteve esta semana no Rio de Janeiro, tentando liberar junto ao BNDES mais alguns milhões para abastecer o último aditivo de contrato exigido pela empresa responsável pela execução.
Não quero dizer nada, mas, se apenas tivessem se preocupado em fazer uma pequena reforma, suficiente para a ponte não cair, teriam garantido o cartão postal. E, com o restante, já teriam construído mais uma ou duas pontes modernas, de concreto e aço, para resolver o problema do trânsito na chegada e saída da ilha. Sem exagero.
Greve dos Caminhoneiros
A greve nacional dos caminhoneiros, em protesto pelos altos preços do óleo diesel (entre outras pautas), fez balançar as estruturas da sociedade, mostrando claramente que o setor de transportes não suporta mais o arrocho provocado por anos de recessão, de recuperação a níveis lentos e ridículos, e de encolhimento nos rendimentos e na qualidade de vida de motoristas (e de todos os que dependem da cadeia logística, o que significa, praticamente, toda a população brasileira).
Provavelmente, a greve não trará resultados práticos, além de alguns centavos a menos no preço dos combustíveis, durante algumas semanas. O governo federal, da mesma forma, fará de conta que ouviu o recado, mas, assim que o pessoal tiver encerrado o movimento, esquecerá do assunto. Este ano é de eleições, e o governo encerra atividades, na prática, daqui a dois ou três meses.
Resta desejar que, ao menos, o que sair das urnas, em outubro, seja um pouco menos sofrível do que hoje aí está. Desde que a liberdade de imprensa e de manifestação continuem garantidas, imagino, estaremos avançando. Há motivos para termos esta esperança.