Polícia investiga na Operação Habite-se prestadora de serviço da Celesc que faz ligações clandestinas

    Operação Habite-se é desdobramento das operações Curto Circuito

    relógio de luz da marca landis gyr
    Operação Habite-se cumpre 11 mandados de busca de provas das ligações clandestinas - PC/Divulgação/CSC

    A Polícia Civil realiza a Operação “Habite-se” nesta sexta-feira (15/5) em investigação da Delegacia de Crimes Ambientais da Diretoria Estadual de Investigações Criminais (Deic). Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão expedidos pela Justiça – nove em Florianópolis e dois em Palhoça.

    A operação Habite-se é uma nova fase das operações Curto Circuito 1 e 2, que apuraram diversas fraudes na Celesc, incluindo participação de funcionários da companhia. Agora, na Habite-se, as buscas por provas se relacionam também com as práticas criminosas de um funcionário da companhia.

    De acordo com a delegada Beatriz Ribas, responsável pelo caso, a Habite-se apura um esquema criminoso que permitia a ligação clandestina de centenas de residências na Grande Florianópolis, a maioria no norte da ilha. Ela explica que eletricistas e construtores tinham um esquema de entregar a documentação para nova ligação da Celesc para esse funcionário da companhia, que inseria, de forma irregular, o cadastro da construção clandestina no sistema, de modo que pudesse ter a ligação “regularizada”, finalizada pelos eletricistas de uma prestadora de serviço terceirizada.

    Publicidade

    A ocupação irregular no Norte da ilha, assim como em outras regiões da Grande Florianópolis, gera diversos problemas sociais e de segurança pública nessas áreas. A delegada Ribas diz que são tantas ligações irregulares – na casa de centenas – que é difícil precisar o número de residências ligadas clandestinamente nesse esquema.

    três rolos de fios elétricos apoiados no chão e na parede
    Mandados de são em Florianópolis (9) e Palhoça (2) – PC/Divulgação/CSC
    Continuação da Curto Circuito

    A operação Curto Circuito foi deflagrada em agosto de 2019. Começou quando a própria Celesc constatou a irregularidade no pagamento à empresa de seguros de vida, que tinha cobrança de clientes pela conta de energia, através de convênio. Os valores desviados entre 2009 e 2017 foram de aproximadamente R$ 10,6 milhões, que, atualizados, resultam em R$ 17 milhões de prejuízo à companhia estatal.

    A partir dos crimes descobertos na Curto Circuito, a Polícia Civil começou a investigar mais fraudes na Celesc, como é que apurada agora na operação Habite-se.

    Ainda de acordo com a delegada, por enquanto é investigada especificamente uma das prestadoras de serviço terceirizado da Celesc, com envolvimento de um funcionário da companhia. Outras operações posteriores podem ocorrer de acordo com as provas que foram levantadas nessa sexta.

    Publicidade