Com uma situação que já se caracterizada como de escassez hídrica, Santa Catarina depende de ações conjuntas entre órgãos governamentais e população para manutenção do abastecimento.
O cenário foi apresentado na quarta-feira (29/4) por profissionais da Secretaria Executiva do Meio Ambiente (Sema), Casan e a Epagri/Ciram.
De acordo com a meteorologista Maria Laura Rodrigues, do Ciram, o déficit hídrico se estende desde junho do ano passado e não há previsão de chuvas significativas para o estado no próximo trimestre.
O diretor de operação e expansão da Casan, engenheiro Fábio Krieger, informou que entre as cidades mais afetadas está São Miguel do Oeste, na Região Oeste, onde há abastecimento intercalado entre os bairros em períodos de até 12 horas.
Na região serrana operações de emergências foram adotadas para manter o abastecimento em São Joaquim, onde o Rio Antonina está praticamente seco, além de Urupema e Urubici.
Ainda que não tenha necessidade de redução do fornecimento de água, a Região Metropolitana de Florianópolis também apresenta queda significativa em seus mananciais. No Litoral Norte entre as cidades que mais têm exigido ações operacionais estão Barra Velha e São João do Itaperiú.
“Chegamos agora em um momento em que o pedido passou do uso consciente à redução máxima do consumo”, alertou Krieger, reforçando o pedido de colaboração da população.
O gerente de políticas operacionais Casan, engenheiro Guilherme Campos, disse que o estado tem trabalhado de forma conjunta para monitorar a situação de escassez hídrica, criando um grupo de crise para tratar do assunto. Informou também que foi enviado às prefeituras abastecidas pela companhia um reforço à recomendação da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDE) quanto à proibição do uso da água em atividades que não sejam essenciais, como o consumo humano ou para saciar a sede de animais. A capital já tomou resolução nesse sentido.
Em nota técnica, a secretaria sugere aos municípios e outros órgãos responsáveis pelo saneamento a proibição, fiscalização e penalização de ações de desperdício, como lavação de fachadas, calçadas, pisos, muros e veículos com o uso de mangueiras, assim como a irrigação de jardins.
“O governo permanece em atenção, adotando medidas emergenciais e de fiscalização, mantendo a população informada e pedindo sua colaboração para que em conjunto possamos atravessar esse período de escassez de água, que torna-se ainda mais grave diante da crise sanitária provocada pelo coronavírus”, alertou o engenheiro Leonardo Ferreira, secretário Executivo de Meio Ambiente.