Prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro (DEM), divulgou uma carta nesta terça-feira (21/4) a respeito das recentes decisões do governo do estado em liberar mais atividades e sobre a diferença de determinações nos municípios da Região Metropolitana. A seguir, a manifestação na íntegra.
“Com medidas generalizadas para todo o Estado, nossa cidade fica com opções muito limitadas e com as mãos praticamente amarradas. Florianópolis não é uma cidade isolada. Fazemos parte de uma região com 22 municípios, com fronteiras tão próximas que muitas pessoas têm dificuldade em saber onde começa o limite de um e termina o de outro.
Se um município da região libera as atividades, como um prefeito do município vizinho pode proibir? Vamos ser realistas. Tentamos fazer isso na semana passada. Aqui diversas atividades, como o comércio de rua, estavam proibidas. O que aconteceu? As pessoas foram fazer suas compras no município ao lado, e vai ser assim também com as novas atividades liberadas. Seria uma batalha perdida ir contra essa realidade. Portanto, Florianópolis vai acompanhar o decreto estadual. Mas estamos dispostos a discutir com municípios vizinhos critérios para essa liberação.
Quero crer que essa decisão, tomada pelo Governo Estadual, esteja amparada em amplos estudos científicos e rígidos critérios técnicos. Afinal, a gestão dos hospitais em Florianópolis está a cargo do governo estadual e terá que ter capacidade de atendimento para responder imediatamente a eventuais aumentos de casos.
Felizmente, nessas últimas semanas, nós conseguimos grandes avanços em Florianópolis. Nos preparamos, compramos equipamentos, estamos usando máscaras. Fomos a primeira cidade do país a fazer testes em passageiros que chegam no aeroporto; estamos testando todos os casos suspeitos, e conseguimos monitorar diariamente o avanço da doença. Todas as UPAs da prefeitura já tem respiradores. Compramos meio milhão de máscaras para saúde, e estamos distribuindo 50 mil máscaras para famílias mais carentes. Também adquirimos centenas de milhares de luvas, toucas, medicamentos, 50 toneladas de álcool gel, e muito mais. E, implementamos o Alô Saúde , uma iniciativa inédita no país, que já atendeu mais de 40 mil pessoas, evitando a sobrecarga nos postos de saúde.
Por isso, já que é uma decisão consolidada, nos resta aumentar o rigor na fiscalização, bem como a estrutura de acompanhamento epidemiológico. E vamos precisar de todos para ajudar a fiscalizar cada estabelecimento a cumprir as regras de saúde. Estamos fazendo tudo o que é possível para enfrentar essa pandemia, mas não vamos vencer essa luta sozinhos. Só saia às ruas se for realmente necessário. Se puder, fique em casa. E, peço a todas as empresas que tiverem condições, que continuem em home office. Usem máscaras, cumpram, fiscalizem, denunciem”.
Gean Loureiro
Prefeito de Florianópolis