A Prefeitura de Florianópolis planeja fazer testes rápidos em massa para coronavírus e assim conseguir controlar a pandemia, possivelmente no futuro próximo com um isolamento seletivo. O prefeito, Gean Loureiro, afirmou na quarta (25) que esse plano envolveria outras três prefeituras da Região Metropolitana – Palhoça, São José e Biguaçu.
Por enquanto apenas Palhoça confirma a intenção de participar da compra e dos testes em massa, mas sem definição do tipo e quantidade de kits de testes. São José diz que pretende também comprar os kits e testar na população. O secretário estadual de Saúde, Helton Zeferino, diz que não há problema nas iniciativas dos municípios, mas tem reafirmado a dificuldade dos governos em obter insumos no mercado.
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Detalhes do plano de Florianópolis
Inspirado no que aparenta ser uma das melhores estratégias de combate à pandemia (“testar, testar e testar”), aplicada principalmente na Coreia do Sul, Loureiro espera conseguir comprar cerca de 150 mil testes rápidos. Sua equipe, porém, não deixa de ressaltar a grande busca no mercado pelos testes, o que dificulta as compras.
“O protocolo de testagem vai depender do volume que a gente conseguir de cada teste. Possivelmente a gente vai iniciar com teste rápido de anticorpo, e esse protocolo de testagem vai ser mais granularizado, vai ser mais nas unidades de saúde mesmo. E quanto a gente tiver o teste mais próximo do ideal, que é o teste de antígeno, ele vai ser no sistema de coleta. Leva no laboratório, faz, pra ter um resultado mais preciso”, diz Mateus Andrade, do grupo de inteligência em Saúde da prefeitura da capital.
Ele também explica que a prefeitura busca cadastrar mais laboratórios na região, além do Lacen catarinense, para rodar os testes de antígeno. O próprio Lacen-SC agora conta com apoio da UFSC para conseguir rodar mais testes, diante da alta demanda.
Por enquanto a prefeitura de Florianópolis tem 11 fornecedores de testes rápidos cadastrados e Andrade diz que deve conseguir fazer a compra nesta semana de um fornecedor de São Paulo, a depender de um aval da Anvisa.
Preço ainda indefinido
Ao Correio, o prefeito diz que é a definição dos tipos de testes que vai resultar num valor total da compra. “A decisão dos testes leva em critério algumas características: primeiro o preço, mais barato; tipo e qualidade do teste; prazo de entrega; e o registro da Anvisa, que é um pré-requisito. O total não fechamos ainda, que acho que deve girar aí próximo dos R$ 100 cada teste, que é o que nós comprávamos já, mais ou menos nesse patamar”.
Segundo Loureiro, são cerca de 150 mil testes a serem comprados pelo município, mas que nem tudo deve ser comprado de uma vez.
Sobre o trabalho em conjunto com as prefeituras da Grande Florianópolis, ele diz: “as equipes de vigilância epidemiológica que já fecharam o modelo de identificação de casos suspeitos, modelo de notificação, modelo de isolamento social. Nós estamos trabalhando para que essas orientações técnicas possam ter as compras conjuntas das três prefeituras na proporção de cada município”.
O prefeito, assim como o governador, aguarda o envio de equipamentos de proteção individual (EPI) pelo governo federal, para poder distribuir aos profissionais de saúde que lidam com os pacientes infectados pelo novo coronavírus. “O governo federal fez uma reserva nas grandes empresas e a gente está trabalhando outros pra poder entregar e ao mesmo tempo está também buscando. Algumas empresas estão se adequando pra essa produção”, relata o prefeito da capital.
Enquanto isso, a prefeitura atua em parceria com a UFSC e o IFSC na produção dos EPI. Após campanha para conseguir comprar as folhas de acetato 030, foram fabricados 100 protetores faciais com auxílio de impressoras 3D.
Por Lucas Cervenka