Desde a manhã de quinta-feira (16/01), o litoral catarinense enfrenta chuvas intensas, que provocaram alagamentos, deslizamentos de terra e tragédias. Como resultado, uma pessoa morreu e milhares ficaram em risco. Em Governador Celso Ramos, por exemplo, um pescador foi levado pela correnteza enquanto navegava em Palmas. O corpo da vítima foi encontrado na manhã desta sexta-feira, 17. Além disso, a cidade registrou quedas de muros, árvores e o isolamento de várias comunidades ribeirinhas.
Até o momento, dez municípios decretaram situação de emergência devido aos danos causados pelas chuvas. Esses municípios incluem Camboriú, Governador Celso Ramos, Tijucas, Biguaçu, Florianópolis, Porto Belo, Ilhota, Balneário Camboriú, São José e Palhoça. Com isso, equipes de resgate, em colaboração com o Governo do Estado, estão intensificando os esforços para apoiar a população afetada. Até agora, a Defesa Civil contabilizou 781 desabrigados e 104 desalojados. Para aliviar a situação, diversas cidades, como Porto Belo, Ilhota e Penha, abriram abrigos e se preparam para acolher os atingidos.
Cidades mais afetadas
A situação nas cidades da Grande Florianópolis é, sem dúvida, grave. Em Florianópolis, por exemplo, os bairros das zonas norte, sul e leste da ilha sofreram com alagamentos generalizados. De fato, a SC-401, uma das principais vias de acesso à ilha, ficou bloqueada por mais de 15 horas, o que gerou congestionamentos de até 16 km. Nesse sentido, a prefeitura acionou caminhões de hidrojato para ajudar a drenar a água acumulada. Ao mesmo tempo, a Defesa Civil segue monitorando o risco de deslizamentos nas áreas mais altas e nas encostas, onde o solo já está saturado.
Em Governador Celso Ramos, além da morte do pescador, 16 bairros enfrentaram os danos causados pela tempestade. A cidade registrou quedas de muros, árvores e o isolamento de várias comunidades ribeirinhas. Por sua vez, Balneário Camboriú também se encontra em uma situação crítica. Equipes de resgate têm trabalhado arduamente para retirar moradores das áreas de risco, enquanto a cidade abriu abrigos para os desabrigados. Em Itapema, três abrigos foram montados para atender 423 pessoas que perderam suas casas. Além disso, a cidade também sofreu danos significativos em pontes e vias.
Impactos no interior e no Vale do Itajaí
No interior do estado, a situação também se mostra preocupante. O Rio Itajaí Mirim, que atravessa cidades como Blumenau, Gaspar e Brusque, ultrapassou sua calha, provocando inundações. Além disso, em Penha, a Defesa Civil emitiu alerta máximo para o risco de deslizamentos em um morro que ameaça várias construções. Nesse contexto, a previsão de mais chuvas nos próximos dias aumenta ainda mais o risco de novos desastres.
Além disso, as rodovias estaduais sofreram grandes danos. A SC-405, que dá acesso ao bairro Canto dos Araçás, em São José, ficou interditada por deslizamentos de terra. A SC-410, que liga Tijucas a Canelinha, também foi bloqueada devido aos alagamentos. Com isso, a Defesa Civil continua monitorando a situação e realizando o levantamento dos danos.
Confira: Chuvas em SC: situação nas rodovias
Ajuda humanitária
Em resposta à crise, o Governo do Estado, por meio da Defesa Civil de Santa Catarina, já enviou ajuda humanitária para os municípios mais afetados. A distribuição de itens essenciais, como cestas básicas, colchões e kits de higiene pessoal e limpeza doméstica, teve início com urgência. Biguaçu, Camboriú, Itapema e Porto Belo receberam a maior parte dos itens.
Biguaçu: 56 galões de água potável (5L), 56 cestas básicas, 30 colchões, 30 kits de acomodação e 56 kits de limpeza doméstica.
Camboriú: 73 galões de água potável, 287 cestas básicas, 140 colchões de casal, 657 kits de higiene pessoal e 287 kits de limpeza doméstica.
Itapema: 423 cestas básicas, 60 colchões de casal e 865 kits de higiene pessoal.
Porto Belo: 73 cestas básicas, 28 colchões e 40 kits de limpeza doméstica.
Esses itens são essenciais para aliviar a situação das famílias que perderam tudo devido às enchentes e deslizamentos.
Alerta e risco de novas inundações
A previsão do tempo indica mais chuvas nas próximas horas, com intensidade moderada a forte. Nesse sentido, a Defesa Civil mantém o alerta para o risco de deslizamentos de terra e alagamentos, especialmente na Grande Florianópolis e no Litoral Norte. As autoridades pedem que a população evite áreas de risco e siga as orientações de segurança.
O Governo do Estado, em colaboração com as prefeituras afetadas, continua mobilizado para apoiar as vítimas. Embora a situação ainda seja crítica, as equipes de resgate e apoio não param de trabalhar para salvar vidas e minimizar os danos. As chuvas devem persistir até o fim de semana, o que mantém o estado em alerta máximo.