A abertura do 1° Fórum de Justiça e Práticas Restaurativas de São José reuniu mais de 400 inscritos no Teatro do Centro Multiuso, na manhã desta terça-feira (10), para ampliar as discussões sobre o assunto. Com o tema Violência Doméstica – Mulheres, o evento marca o aniversário de 270 anos de São José e também busca evidenciar o combate aos diversos tipos de violência no Mês da Mulher.
Iniciando as atividades do Fórum, a titular do juizado Especial Criminal e de combate à violência doméstica e familiar contra a mulher de São José, Lilian Telles de Sá Vieira, abordou as experiências no campo da Justiça Restaurativa, dando ênfase à violência doméstica e familiar, trazendo o símbolo da fala nos círculos, a Girafa, que é um método da Justiça Restaurativa. Na sequência, foram realizadas palestras e debates dos temas como Justiça Restaurativa, Transformação de Conflitos, Grupo reflexivo de homens e a Rede Catarina.
No período da tarde, o público pode prestigiar a titular do juizado da violência doméstica de Novo Hamburgo (RS), Andréa Hoch Cenne, que ministrou a palestra “Justiça Restaurativa e Violência Doméstica contra a Mulher: uma Construção Possível”. Na sequência, a professora Marciane Ferreira apresentou “A escola como instrumento de prevenção à violência doméstica”. Finalizando o primeiro dia de atividades, houve o compartilhamento das experiências do NUPRAR (Núcleo de Práticas Restaurativas) no Município.
A prefeita Adeliana Dal Pont recepcionou os participantes do Fórum ressaltando a importância de promover a discussão e o aprofundamento do tema. “A Prefeitura, desde 2013, tem se empenhado em fazer uma cidade melhor, cuidando das pessoas. Para isso, construímos muitos CEIs, parques, unidades de saúde e toda a rede física recebeu muitas melhorias. Agora falta, talvez por conta da internet, pela forma como a sociedade está acelerada, dar oportunidade das pessoas falarem e ouvirem. Nosso grande objetivo é construir espaços em que possam haver estas conversas, para que se resolva aquilo que é nossa obrigação e o nosso compromisso. Criando espaços como esse Fórum podemos fazer uma sociedade mais justa, para que a gente consiga de verdade ter uma cidade melhor. Não basta a rede física, precisa também que nosso servidor tenha ouvidos e possa ser ouvido”, ressaltou Adeliana.
De acordo com a secretária de Segurança, Defesa Social e Trânsito, Adréa Pacheco, o Fórum foi pensado para que todos tenham a oportunidade de refletir sobre a Justiça, as práticas restaurativas e os processos que a envolvem. “O evento foi pensado para que o Município, seus servidores e seus parceiros, refletissem mais sobre o tema. Foi pensado no mês de março porque é o aniversário de São José e, principalmente, porque é o Mês da Mulher. Nesse sentido, trabalhar essa temática junto com a Justiça Restaurativa e a violência doméstica, que é uma situação que nos assola, afeta direta e indiretamente de uma forma que se perpetua com o tempo”, pontuou Andréa, lembrando que, a cada ano, o projeto de Justiça e Prática Restaurativa cresce no município, ocupando mais espaços.
A programação segue nesta quarta-feira (11), a partir das 8h30, com a sessão temática Práticas Restaurativas, com palestras sobre a “Violência psicológica contra a mulher: o dano psíquico como crime de lesão corporal” e “Justiça Restaurativa em Lages: histórico e desafios nos eixos da educação, socioeducativo, violência doméstica e comunitária”. Para finalizar a sessão de palestras, o professor do departamento de Antropologia da UFSC, Theófilos Rifiotis, apresentará as questões relacionadas aos desafios na violência de gênero. Haverá também oficinas de defesa pessoal, Constelação Familiar e Círculos de Construção de Paz – Empoderamento Feminino.