Nesta segunda-feira (1º/7), o Plano Real completa 30 anos desde sua implementação, um marco na história do Brasil, que estabilizou a economia.

Desde sua criação, porém, a inflação acumulada medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) atingiu a marca de 708%, segundo dados do IBGE. Isso significa que o poder de compra do real foi drasticamente reduzido, com R$ 1 na época do lançamento do real valendo apenas R$ 0,13 centavos atualmente – perda de 87,62% do valor no período.

Um exemplo prático dessa desvalorização pode ser observado no cotidiano dos brasileiros. No início do plano, com R$ 100 era possível encher algumas sacolas de mercado com o necessário. Hoje, esse valor mal cobre uma única compra, evidenciando como os preços subiram significativamente ao longo das décadas.

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Especialistas apontam que a inflação persistente nos últimos anos principalmente por fatores internos, como os gastos e ajustes fiscais, assim como por fatores globais, como rupturas nas cadeias produtivas, tensões geopolíticas e mudanças climáticas que afetam a produção de alimentos.

Apesar da desvalorização da moeda, houve esforços para mitigar o impacto nos salários. Segundo dados do Dieese, grande parte das negociações salariais tem resultado em aumentos reais, superando a inflação. Em 2023, 77% das negociações resultaram em reajustes acima da inflação.

Assim, enquanto o Plano Real celebra três décadas de estabilidade monetária, o desafio de preservar o poder de compra da moeda persiste em um ambiente econômico globalmente inflacionário e dinâmico.

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